Nessa Quinta-feira (28), o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, deu uma entrevista à agência de notícias Sputnik e ao canal de TV Rossiya 24. O chefe da diplomacia russa foi entrevistado pelo director-geral do grupo mediático Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev
Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, está confiante de que todo o povo do país, liderado pelo presidente, garante a aproximação da vitória, inclusive no conflito na Ucrânia.
Ele respondeu a uma pergunta sobre a principal vitória diplomática da Rússia em 2023. “A vitória que tivemos não foi apenas diplomática. Antes de tudo, é uma vitória forjada na linha de frente, na zona da operação militar especial.
Mas sem a retaguarda, sem o apoio popular lá, os resultados teriam sido diferentes. Todo o nosso povo, toda a nossa liderança conduzida pelo presidente, garante o movimento para a frente, isso é visível”, disse nessa Quinta-feira (28) Lavrov numa entrevista ao Rossiya Segodnya e ao canal russo Rossiya 24.
Sergei Lavrov garantiu que os objectivos da operação militar especial serão cumpridos. “Desmilitarização, desnazificação. Não há como escapar disso.”
‘Fórmula da paz’ de Zelensky
O ministro também criticou a fórmula da paz de Vladimir Zelensky, apoiada por países ocidentais, e à qual eles tentam atrair países em desenvolvimento.
“O objectivo era fazer com que eles [os países] assinassem a ‘fórmula da paz’ de Zelensky, que não é mais que uma invenção de uma imaginação doentia.
Porque tudo o que ela diz como ‘vinhetas’: segurança alimentar, segurança energética, o principal é ‘Rússia, volte para as fronteiras de 1991, devolva a Crimeia, devolva Donbass’”, sublinhou Lavrov.
Na opinião do alto responsável russo, “toda a comunidade on-line está observando como ele [Zelensky] ainda estava, há alguns anos, fundamentalmente falando no espírito do roteiro ‘servos do Povo’: ‘Deixem os russos em paz, é o idioma deles, vivam normalmente.
Eu mesmo sou judeu, mas a minha língua materna é o russo, mas sou um cidadão da Ucrânia.’ Por que ele não pode adoptar essa linha de princípios? Ele traiu o seu povo.
Ele traiu não apenas um povo, mas ambos os povos” Resposta da Rússia aos eventos Ao mesmo tempo. “praticamente todo o país, todos os sectores da sociedade trabalharam para a vitória, e continuam a trabalhar para a vitória”, ressaltou ele.
Segundo o diplomata, as sanções ocidentais apenas reforçaram a coesão do povo russo. “Como resultado dessa guerra híbrida de todo o Ocidente colectivo contra a Rússia, que foi desencadeada pelas mãos, corpos e todos os outros componentes da sociedade ucraniana contra nós […], a Rússia se tornou significativamente mais forte ao longo deste ano, e a unidade do nosso povo aumentou consideravelmente”, apontou.
Ele acrescentou que o Ocidente estava a contar com a desunião da população russa, e com uma oposição à operação especial, “e eles conseguiram a unidade do país, a unidade do povo”.
“E alguns até, como o secretário de Defesa dos EUA, um responsável, nos chamaram de inimigos, mas, se for o caso, estamos prontos para qualquer desenvolvimento, já tentaram nos subjugar mais de uma vez”, referiu ele.
Somente uma séria reviravolta interna pode livrar os Estados Unidos do seu senso de superioridade, garantiu o ministro das Relações Exteriores da Rússia.
Para ele, “isso ficou especialmente evidente nas acções da administração democrata [de Joe Biden], com o seu esforço para subjugar não apenas o mundo inteiro, mas também o seu próprio país, violando a sua própria Constituição”.
“O Ocidente está realmente a mudar a sua táctica, talvez até pensando em refinar a sua estratégia, porque se a ‘derrota estratégica da Rússia’ é uma estratégia, perdoe a tautologia, então essa estratégia falhou miseravelmente.”
BRICS e Lula Os países definiram, claramente, a tarefa na última cimeira do BRICS, em Agosto, o presidente Lula da Silva foi o principal promotor da criação do banco para sistemas de pagamento alternativos, disse Lavrov.
Ele apontou que isso aconteceu porque todo mundo já está cansado do dólar, que se torna um instrumento de influência e um instrumento para minar as posições legítimas de diferentes regiões.
Lavrov observou que os 27 países interessados estão “na fila para receber pelo menos o status de um Estado-parceiro do BRICS”.
É impossível aceitar rapidamente todos os interessados na associação, explicou.”Vamos introduzir, gradualmente, a cultura do BRICS na política global”, deu a entender Lavrov.