O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Colômbia anunciou que convocou o embaixador israelita em Bogotá, Gali Dagan, por alegada interferência nos assuntos internos do país latino-americano.
A diplomacia colombiana reclamou que Dagan se dirige, através da rede social X (antigo Twitter), a altos funcionários do Estado colombiano “em termos sarcásticos e refere-se a assuntos internos da Colômbia”, de acordo com um comunicado, divulgado Quarta-feira.
O Ministério refere-se a uma troca de mensagens, a 12 de Fevereiro, com o director da agência de impostos e alfândegas colombiana, Luis Carlos Reyes.
Na altura, Reyes fez uma publicação a alertar para “mais de um milhão de palestinianos deslocados de Gaza estarem encurralados na fronteira com o Egipto” e a apelar para o fim do genocídio contra a população palestiniana.
O embaixador israelita disse esperar que Reyes não cobrasse impostos como obtinha informações “sobre um conflito a milhares de quilómetros de distância do regime fiscal colombiano”.
“Caro embaixador, perante o relativo silêncio em relação ao que está a acontecer hoje em Rafah, o dever de falar recai sobre todos nós que estamos atentos.
Nas palavras de Elie Wiesel (Prémio Nobel da Paz e sobrevivente judeu dos campos de concentração nazis), “o silêncio encoraja o perseguidor, nunca o perseguido”, respondeu o responsável colombiano.
Na sequência das declarações, o Governo da Colômbia reagiu com a convocação do embaixador e declarou que “considera os comentários inapropriados, contrários às relações diplomáticas entre nações soberanas”, em referência à Convenção de Viena, que regula as relações bilaterais.
“As pessoas que gozam de privilégios e imunidades devem respeitar as leis e os regulamentos do Estado receptor e são obrigadas a não interferir nos seus assuntos internos”, disse ainda o Ministério dos Negócios Estrangeiros na mesma nota.