Segundo a Presidência russa, os convites para esta cimeira, que se realizará em Kazan, foram enviados a 38 países e que 32 deles já confirmaram a sua participação, dos quais 24 serão representados pelos seus dirigentes.
O assessor diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov, acrescentou ainda que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também participará nesta cimeira, naquela que será a sua primeira viagem à Rússia desde Abril de 2022, pouco depois do início da invasão russa da Ucrânia, em Fevereiro desse ano.
Segundo Yuri Ushakov, outros oito países serão representados pelos números dois ou três da hierarquia do Estado. Todos os países membros dos BRICS serão representados pelos seus líderes, excepto a Arábia Saudita que enviará o seu chefe de diplomacia, segundo o Kremlin.
A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento – o banco dos BRICS -, a brasileira Dilma Rousseff, também estará presente. Para Ushakov, “a cimeira de Kazan poderá tornar-se o evento diplomático mais importante alguma vez organizado na Rússia”, numa altura em que este país é alvo de pesadas sanções internacionais e quando as suas relações com o Ocidente estão no seu ponto mais baixo, devido ao ataque à Ucrânia. À margem da cimeira, o Presidente russo, Vladimir Putin, deverá reunir-se com cerca de 20 dos seus homólogos estrangeiros em reuniões bilaterais.
Entre os líderes esperados em Kazan, estão o Presidente chinês Xi Jinping, um aliado próximo de Putin, o Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que solicitou a adesão do seu país ao bloco dos BRICS, ou ainda o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
“Os BRICS estão a construir uma ponte, tijolo a tijolo, rumo a uma ordem mundial mais justa”, disse Ushakov, sublinhando o carácter “multipolar” do grupo que reúne “o Sul Global e o Leste”, para contrabalançar, segundo Moscovo, a hegemonia ocidental e dos Estados Unidos.
Esta cimeira dos BRICS terá também lugar duas semanas antes das eleições presidenciais norteamericanas (em 05 de Novembro), com um resultado incerto entre a candidata democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump.
Com apenas quatro membros inscritos – Brasil, China, Índia e Rússia – quando foi criado em 2009, ao grupo dos BRICS juntou-se a África do Sul em 2010 e expandiuse este ano para vários outros países emergentes, incluindo o Egipto e o Irão.
A Turquia – membro da NATO mas com relações por vezes tensas com os seus aliados ocidentais – anunciou no início de Setembro que tinha apresentado um pedido de adesão a este grupo.