A China apresentou, ontem, um protesto formal aos Estados Unidos, devido a um pacote de ajuda militar fornecido a Taiwan, reiterando que a medida “ameaça a paz e a estabilidade” no Estreito da Formosa, noticiou a agência Reuters
“Enviar um pacote de ajuda militar para Taiwan constitui uma int e r f e r ê n – cia grave nos assuntos internos da China, prejudicando os interesses de segurança e a soberania da China”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, em comunicado.
Segundo o porta-voz, a oferta dos EUA, avaliada em 345 milhões de dólares, representa “uma ameaça à paz e à estabilidade no Estreito de Taiwan”.
“A China vai salvaguardar resolutamente a sua soberania e integridade territorial”, frisou. “Nós nos opomos fortemente e apresentamos uma queixa formal aos Estados Unidos”, disse Tan, que pediu a Washington que pare de manter “qualquer tipo de vínculo militar” com Taipé.
Algumas pessoas nos Estados Unidos continuam a instigar a “independência de Taiwan”, em conjunto com foras separatistas para provocar e aumentar o confronto e a tensão no Estreito de Taiwan, acusou a China.
O porta-voz acrescentou que o Exército de Libertação Popular está a “prestar muita atenção à situação no Estreito de Taiwan” e a manter um “alto nível” de vigilância.
O governo dos Estados Unidos divulgou, na Sexta-feira passada, um memorando assinado pelo Presidente, Joe Biden, e endereçado ao secretário de Estado, Antony Blinken, a autorizar o envio para a ilha de equipamento militar do inventário do Pentágono.
Segundo a imprensa norte-americana, esta é a primeira vez que os EUA enviam ajuda deste tipo a Taiwan, a partir do inventário do Departamento da Defesa, em vez de fazê-lo por meio do programa de vendas militares ao exterior.
O texto não especifica os componentes que vão fazer parte desse pacote de assistência militar, mas a imprensa norte-americana indicou que inclui capacidades de inteligência e vigilância, armas de fogo, mísseis e sistemas portáteis de defesa anti-aérea, conhecidos como MANPADS.
Taiwan é uma das principais fontes de tensão entre a China e os Estados Unidos, porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar, no caso de uma guerra contra a China.
Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente em 1949, assumindo-se como República da China, e funciona como uma entidade política soberana.
No entanto, Beijing considera Taiwan uma província sua e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.
Nos últimos anos, a China passou a enviar, com frequência quase diária, aviões e navios de guerra para as proximidades de Taiwan.