O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, garantiu ontem que estabilizar as relações com os Estados Unidos é uma “prioridade”, durante um encontro com o embaixador norte-americano em Beijing, Nicholas Burns
Uma nota publicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, diz aue Qin lamentou que uma “série de acções erradas” de Washington estivessem a “minar o ímpeto positivo”, gerado pelo “consenso” alcançado entre os líderes dos Estados Unidos e China, Joe Biden e Xi Jinping, respectivamente, num encontro realizado na ilha de Bali, na Indonésia, em Novembro passado.
Segundo Qin, as “acções equivocadas” dos Estados Unidos levaram à “ruptura da agenda acordada de diálogo e cooperação entre os dois lados” e ao “congelamento das relações”.
O ministro chinês exortou a Burns a evitar “incidentes” e que os laços entre Beijing e Washington “caiam numa espiral de deterioração” e pediu aos Estados Unidos que “corrijam a sua percepção da China”.
Observando que Beijing “adere aos princípios do respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação” nas suas relações com os Estados Unidos, Qin disse ter esperança de que os EUA “voltem à racionalidade”.
Qin Gang afirmou ainda que os EUA “devem parar de esvaziar o conteúdo do princípio “Uma só China” e “parar de apoiar as forças separatistas”, em Taiwan.
As relações entre Beijing e Washington deterioraram-se, rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.
Nos últimos meses, as tensões foram renovadas por questões como o derrube em território norteamericano de um balão da China alegadamente usado para fins de espionagem, a posição de Beijing sobre a guerra na Ucrânia e a possível proibição nos EUA da aplicação de vídeo TikTok, desenvolvida pela empresa chinesa ByteDance.
A nota da diplomacia chinesa não deu detalhes sobre as afirmações de Burns.