A China apelou, ontem, aos Estados Unidos para não “se intrometerem” nas eleições presidenciais do Taiwan e disse opor-se “firmemente” aos laços entre Taipé e Washington, que anunciou o envio de uma delegação à ilha após a votação
Os EUA “não devem interferir nas eleições na região de Taiwan, sob qualquer forma, de forma a evitar danos graves nas relações sino-norteamericanas”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.
“A China opõe-se firmemente a qualquer forma de intercâmbio oficial entre os Estados Unidos e Taiwan”, sublinhou. “Existe apenas uma China no mundo e Taiwan é parte inalienável da China”, frisou.
Os Estados Unidos, cujas relações com a China continuam muito tensas, vão enviar “uma delegação informal” a Taiwan, depois das eleições presidenciais marcadas para Sábado, anunciou essa Quarta-feira um alto funcionário norte-americano.
Pedindo anonimato, a mesma fonte alertou Pequim contra qualquer acto “provocador” após estas eleições cruciais.
Os comentários foram condenados na Quinta-feira por Pequim. “A China expressa a sua profunda insatisfação e firme oposição aos comentários imprudentes dos Estados Unidos sobre as eleições na região de Taiwan”, disse Mao Ning.
“A questão de Taiwan está no centro dos interesses da China e constitui a primeira linha vermelha intransponível nas relações sino-americanas”, frisou.
A China considera Taiwan uma das suas províncias, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949.
Pequim diz ser a favor de uma reunificação “pacífica” com a ilha, onde os cerca de 23 milhões de habitantes são governados por um sistema democrático, mas nunca renunciou ao uso da força militar.
A China é contra o aumento dos contactos entre líderes políticos norte-americanos e taiwaneses, que considera ser uma violação do compromisso dos Estados Unidos de não manter relações oficiais com a ilha.