A China acompanha com “grande atenção” a situação no Sudão e exorta as duas partes a “chegarem a um cessar-fogo e evitarem que a situação se agrave”, de acordo com um comunicado divulgado, ontem, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês
“A China está a acompanhar de perto a situação no Sudão e insta os dois lados a chegarem a um cessar-fogo e a evitarem que a situação se agrave.
A China espera que todas as partes conversem e impulsionem o processo de transição política”, refere.
Em Dezembro de 2022, o Presidente chinês Xi Jinping reuniu-se em Riad com o Presidente do Conselho Soberano, o general Abdel Fattah al-Burhan, a quem transmitiu que a China apoiava todas as partes no Sudão “para continuarem a promover uma transição política estável através do diálogo e da consulta”.
“A China opõe-se à interferência de forças externas nos assuntos internos do Sudão e continuará a falar a favor dos amigos sudaneses no cenário internacional”, disse Xi na altura.
No Sudão, o ponto determinante do conflito entre os militares rivais, após semanas de tensão, ocorreu no Sábado, quando o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) liderado pelo vice-presidente do Conselho Soberano e número dois do exército, Mohamed Hamdan Dagalo – acusou o exército sudanês de atacar uma das suas bases em Cartum.
Por sua vez, as forças armadas asseguraram que esta acção ocorreu em resposta a um ataque que o RSF tinha efectuado em Cartum.
O resultado destas acusações mútuas tem sido uma batalha terrestre e aérea, já que o exército sudanês enviou os seus caças para bombardear posições das forças para-militares.
Estes confrontos ocorreram apenas dois dias depois de o exército ter alertado que o país atravessa uma “situação perigosa” que pode levar a um conflito armado, depois de unidades do RSF se terem “mobilizado” na capital sudanesa e noutras cidades, sem o consentimento ou coordenação das forças armadas.
Esta mobilização surgiu no meio das negociações para se chegar a um acordo político para pôr fim à revolta de 2021, um pacto cuja assinatura já foi adiada duas vezes, devido às tensões entre o exército e as RSF.
As RSF emergiram das milícias Janjaweed, acusadas de terem cometido crimes contra a humanidade durante o conflito do Darfur (2003-2008), segundo a EFE.
A China tem demonstrado um interesse crescente em África, tendo-se convertido no primeiro parceiro comercial daquele continente.