Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE), ontem reunidos em Bruxelas, tentaram alcançar acordos políticos sobre sanções ao grupo islamita Hamas, aos colonos israelitas na Cisjordânia e às pessoas ligadas à morte do opositor russo Alexei Navalny
Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE), ontem reunidos em Bruxelas, tentaram alcançar acordos políticos sobre sanções ao grupo islamita Hamas, aos colonos israelitas na Cisjordânia e às pessoas ligadas à morte do opositor russo Alexei Navalny.
A informação foi avançada por fontes europeias na antecipação do acordo, que deram conta também da participação por videoconferência do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, bem como do ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba.
Relativamente ao Médio Oriente, esperava-se que na reunião de ontem, que começou pelas 10h30 (horas locais) houvesse ‘luz verde’ preliminar (apenas ao nível político, com a adopção a acontecer mais tarde) para a União Europeia (UE) avançar com medidas restritivas contra o Hamas e os colonos israelitas na Cisjordânia.
Enquanto no primeiro caso a UE pretende sancionar os envolvidos em crimes sexuais cometidos por membros do grupo islamita Hamas no contexto do ataque terrorista de Outubro passado contra Israel, no segundo a ideia é responder ao comportamento de alguns colonos israelitas extremistas.
A Hungria tem recusado qualquer tipo de sanções contra colonos israelitas na Cisjordânia, razão pela qual os 26 restantes ministros dos Negócios Estrangeiros precisam de convencer o homólogo húngaro ou avançar de outra forma com esta medida.
Em cima da mesa neste Conselho de Negócios Estrangeiros estará também uma discussão sobre as relações da UE com Israel, quando a diplomacia comunitária equaciona uma eventual suspensão do acordo de cooperação com Telavive devido à intervenção militar em Gaza. Caberá aos chefes da diplomacia europeia avaliar politicamente se existe ou não uma base para suspender o acordo de associação entre Bruxelas e Telavive.
Israel começou a bombardear Gaza na sequência dos ataques do Hamas no Sul do território israelita, perpetrados em Outubro de 2023, justificando a intervenção com a necessidade de anular as capacidades militares do Hamas.
A invasão de Gaza é o mais recente episódio de um conflito com mais de sete décadas entre Israel e a Palestina, que ainda não é reconhecida como um Estado pela totalidade da comunidade internacional. Já relativamente a Alexei Navalny, que morreu numa prisão no Círculo Polar Ártico em meados de Fevereiro, a UE vai tentar um acordo político para sancionar indivíduos e entidades ligadas aos abusos e à morte do político russo.
Fontes comunitárias adiantaram que, por proposta do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política Segurança, Josep Borrell, será discutida a possibilidade de criar um quadro jurídico específico para sancionar as violações dos direitos humanos na Rússia, regime ao qual seria dado o nome de Alexei Navalny.