O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, encontrou-se Sábado, em Beirute, com um representante do grupo xiita libanês Hezbollah, com um apelo à paz, para evitar uma escalada do conflito no Médio Oriente
“Se uma pessoa vem ao Líbano para tentar evitar que comece uma guerra, parece-me normal que se fale com aqueles que a podem fazer”, disse Josep Borrell à agência de notícias espanhola EFE, depois do encontro que teve com o líder do Lealdade e Resistência, o braço parlamentar do Hezbollah, Mohammad Raad.
Josep Borrell está no Líbano num momento de tensão entre o Hezbollah e Israel, depois de um atentado bombista atribuído ao Estado judeu ter matado o número dois do Hamas, Saleh al Arouri, nos arredores de Beirute, na Terça-feira.
O Hezbollah disse em comunicado que lançou ontem de manhã “62 mísseis de diferentes tipos” contra uma base militar israelita “como parte da resposta inicial ao assassinato do grande líder Saleh alArouri”.
Sobre o encontro com o representante do Hezbollah, Borrell rejeitou qualquer ideia de que tivesse usado um tom de aviso. “Em vez de alertar em tom ameaçador, tenho de apelar à razão e mostrar as consequências negativas que uma guerra como a de 2006 teria para todos e também para o Líbano e os libaneses”, disse.
Borrell reuniu-se, ontem, com o chefe da missão de paz da ONU no Líbano (UNIFIL), o general espanhol Aroldo Lázaro, com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros.
No Domingo, é esperado na Arábia Saudita. A guerra entre Israel e o Hamas começou depois de o grupo extremista ter matado cerca de 1.200 pessoas e feito duas centenas de reféns em solo israelita em 7 de Outubro, segundo as autoridades.
Em retaliação, Israel prometeu destruir o Hamas e, desde então, não pára de bombardear a Faixa de Gaza, um pequeno território densamente povoado, sobre o qual lançou uma ofensiva terrestre em 27 de Outubro.
As operações militares israelitas causaram mais de 22.700 mortos em Gaza, segundo números actualizados ontem pelas estruturas de saúde do Hamas.