O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse à homóloga canadiana que os dois países “não são rivais”, criticando “informações falsas” sobre a alegada interferência chinesa.
“Os dois países não são rivais, muito menos inimigos. Devem tornar-se parceiros cooperantes”, defendeu Wang Yi, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, divulgado este fim-de-semana.
“As dificuldades actuais” nas relações bilaterais “não são as que a China deseja”, disse Wang a Mélanie Joly, à margem da Conferência de Segurança de Munique, no Sábado.
As relações bilaterais têm estado tensas desde a detenção, em 2018, pelas autoridades canadianas, de uma responsável do grupo de telecomunicações chinês Huawei.
Em retaliação, a China prendeu dois cidadãos canadianos. Embora os três tenham sido libertados, as tensões persistiram, com Pequim a criticar Otava por se alinhar com Washington e as autoridades canadianas a acusarem regularmente a China de interferência.
As suspeitas de interferência estrangeira, nomeadamente por parte da China, da Rússia e da Índia, levaram o Governo canadiano a lançar um inquérito em todo o país, no ano passado, para esclarecer estas alegadas infiltrações.
Estas acusações de ingerência chinesa, alegadamente nas duas últimas eleições federais no Canadá, em 2019 e 2021, colocaram o Governo de Justin Trudeau sob pressão dos partidos da oposição.
“Esperamos que o Canadá pare de espalhar informações falsas sobre a alegada interferência da China nos assuntos internos do Canadá”, disse Wang a Joly.
Os dois chefes da diplomacia também discutiram “questões críticas de segurança global, incluindo a invasão da Ucrânia pela Rússia e a crise no Médio Oriente”, de acordo com um comunicado do Governo canadiano.
“Os dois ministros concordaram que as questões bilaterais devem continuar a ser discutidas de forma pragmática e construtiva, num espírito de respeito mútuo e com comunicação regular entre as duas partes”, indicou, na mesma nota.
Wang Yi garantiu aos líderes políticos e militares presentes na Conferência de Segurança de Munique, no Sábado, que a China é uma “força de estabilidade” no mundo.