O Governo cabo-verdiano está “confiante” que o país vai conseguir um acordo de parceria económica e comercial e de isenção de vistos com a União Europeia (UE), declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares
“Vamos trabalhar para ter um acordo de parceria económica e comercial que nos permita exportar produtos de pesca para a União Europeia e estamos muito confiantes em conseguir o acordo de isenção de vistos”, indicou Vieira à saída de um encontro de trabalho, Sexta-feira, com o seu homólogo da Hungria, Peter Szijjàrtó. Este último encontra-se em visita oficial ao arquipélago com o intuito de retomar o diálogo político-diplomático e a cooperação entre os dois países.
O chefe da diplomacia caboverdiana anunciou que, a 27 deste mês, haverá um encontro para avaliação da cooperação sobre a mobilidade do qual espera sair “um bom acordo”. Conforme Luís Filipe Tavares, “não há limites” na cooperação entre Cabo Verde e UE, um parceiro que já mostrou total abertura em colaborar com o arquipélago, pelo que acredita que é possível ter este acordo e que os resultados dessa cooperação serão benéficos para os cabo-verdianos.
O governante sublinhou que o arquipélago tem trabalhado com a Hungria no quadro da Parceria Especial entre Cabo Verde e a União Europeia e que o encontro de Sexta-feira, na capital cabo- verdiana, serviu para as duas partes passarem em revista a cooperação bilateral a nível da água, do saneamento, da energia e da cooperação comercial.
O chefe da diplomacia caboverdiana anunciou também que os húngaros defendem que Cabo Verde deve ter um acordo económico comercial com a UE. Por seu turno, o ministro húngaro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio disse que a Hungria considera que Cabo Verde é o seu aliado número um no continente africano e defendeu que a UE deve atribuir ao arquipélago apoio na área da protecção das fronteiras. Segundo ele, a UE deve igualmente assistir o arquipélago na assinatura de um acordo de parceria económica, mas também na isenção de vistos para os cidadãos cabo-verdianos.
“Há alguns países que representam a política do bom senso, sobretudo da Europa Central e, quando pensamos na base do bom senso, podemos constatar que a UE precisa de aliados parceiros no continente africano e acreditamos que Cabo Verde é o primeiro país africano que leva mais a sério a cooperação sobre as migrações”, precisou. Peter Szijjàrtó afirmou que o seu país e a UE têm interesse pelo acordo de isenção de vistos com o arquipélago, e que, apesar de saber que não será um caminho fácil, espera que mais países apoiem essa medida.
“Cabo Verde leva muito a sério a cooperação a nível da emigração ilegal com a EU, na questão da segurança respeitamos muito o facto de se ter chegado a um acordo sobre a readmissão dos emigrantes e não é um exagero dizer que a segurança da Europa começa em África, daí a importância de termos parceiros de confiança no continente africano”, realçou.
No final do encontro, os dois governantes assinaram o memorando de entendimento no domínio da Cooperação Educacional referente a 2018/2020, ao abrigo do qual a Hungria disponibiliza 10 bolsas de estudo, por ano, para estudantes e investigadores cabo-verdianos realizarem estudos e pesquisas nas instituições académicas húngaras.