Um FME em vez de um FMI para proteger o euro, resgatar os países em apuros e apoiar a regeneração dos seus sistemas financeiros, um projecto que prevê ainda um super-ministro das Finanças.
A Comissão Europeia está a preparar a criação de um Fundo Monetário Europeu (FME) com o objectivo de proteger o euro em futuras crises económicas, de apoiar o potencial resgate de Estados membros em situação complicada e que ajude os sistemas financeiros desses países nos planos de reestruturação. O projecto, avançou o jornal electrónico “Observador”, citando o El “País”, na manhã de Terça-feira, foi pensado à semelhança do FMI, está a ser ultimado e será apresentado nas próximas horas.
Além da criação do novo organismo, o plano prevê ainda criar uma espécie de super-ministro das Finanças europeu: uma nova figura que reúne a direcção económica da zona euro e da União Europeia que ontem foram distribuídas entre a vice-presidência da Comissão Europeia e as presidências do Euro-grupo e do Mecanismo Europeu de Estabilidade (fundo de resgate).
Bruxelas espera que este novo FME seja um último passo na consolidação da união monetária e que a ajude a resistir ao embate de futuras crises. Uma pequena revolução na zona euro, como lhe chama o El País, que funcionará como uma espécie de corta-fogos face ao risco de falência de bancos, permitirá também completar a união bancária.
O novo organismo, pensado à semelhança do FMI, mas à escala europeia — e que o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi gostaria que se chamasse “Fundo Europeu de Estabilidade” –, prevê ainda o controlo dos sistemas anticrise na zona euro e terá capacidade para se financiar nos mercados.
O projecto, descrito num documento de 47 páginas, deverá ser conhecido brevemente. Além de reconhecer as fragilidades do euro, uma “moeda ainda adolescente”_ “passaram 16 anos desde que as primeiras moedas e notas de euro entraram na vida diária dos europeus”, recorda o documento –, o plano ambiciona anular ou, pelo menos, reduzir as assimetrias entre os países do norte e do sul da Europa.
“A União Económica é mais sólida agora do que antes da crise”, recorda o mesmo texto da proposta, “mas continua incompleta”. Este pode ser um passo determinante na sua consolidação.