O Brasil vai juntar-se a outros Estados na campanha para conseguir que a Palestina seja admitida como membro pleno das Nações Unidas de acordo com uma reunião, nesse Domingo (17), entre os ministros das Relações Exteriores Mauro Vieira, do Brasil, e Riyad al-Maliki, da Palestina
O chefe da diplomacia brasileiro, Mauro Vieira, chegou na manhã de ontem a Ramallah, na Cisjordânia, para conversas em defesa de um cessar-fogo e a criação, e reconhecimento de um Estado palestino uma vez que desde 2012 os palestinianos têm status de observador na ONU — o que permite que os seus diplomatas participem nos debates, mas sem direito a voto.
O maior obstáculo, no entanto, ainda é o poder de veto dos EUA no Conselho de Segurança da ONU (CSNU).
Na esteira dos últimos acontecimentos envolvendo a guerra Israel-Hamas, as autoridades palestinas querem lançar um pedido formal para a adesão completa às Nações Unidas ainda em 2024, principalmente diante do risco de que a guerra em Gaza abra caminho para novas invasões de terras por parte de israelitas, segundo apurou o UOL.
Só na Cisjordânia, existem mais de 700 checkpoints que ampliam a tensão e o controle sobre as cidades palestinas.
Para o Itamaraty, a adesão da Palestina como membro pleno é um passo importante na direção da garantia de que um acordo de paz seja estabelecido de forma explícita junto à criação de dois Estados — palestiniano e israelita —, com as suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.
Segundo o Itamaraty, “ele [al-Maliki] descreveu a extrema gravidade da situação humanitária em Gaza e destacou o papel corajoso do presidente Lula em defesa da Palestina e dos palestinianos”.
Segundo al-Maliki, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “mostrou liderança, coragem, compromisso e humanismo ao longo da actual crise em Gaza” e falou de forma “forte e clara”, ao descrever “a situação como ela é” o que causou indignação por parte de Israel que declarou Lula como “persona non grata” para Tel Aviv.
“Para o chanceler palestino, que manifestou grave preocupação com os riscos de uma iminente acção militar em Rafah, o presidente brasileiro tem sido um dos poucos líderes mundiais a agir em defesa dos civis desde a primeira hora e a ter a coragem de ‘dizer as palavras certas na hora certa’”, disse o Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
Ainda segundo o chanceler da Autoridade Palestina, há um crescente aumento da violência de colonos israelitas contra palestinianos na Cisjordânia e o ministro Mauro Vieira teria reiterado a “disposição brasileira em liderar o esforço pela admissão da Palestina como membro pleno da ONU”, completou o Itamaraty.
Mauro Vieira também visitou o Escritório de Representação do Brasil em Ramallah acompanhado pelo embaixador Alessandro Candeias.