Usman Tar, comissário para os Assuntos de Informação e Segurança Interna do Estado de Borno, onde se situa a aldeia de Chibok, declarou que “até agora, 187 das 276 raparigas raptadas em Chibok foram resgatadas e reunidas com as suas famílias.
Oitenta e nove continuam desaparecidas”. O responsável disse, no Sábado, num evento para assinalar os dez anos do rapto, em declarações divulgadas, ontem, pela imprensa local, que continuam a lutar para salvar as raparigas raptadas, em nome dos pais e das famílias das meninas de Chibok que ainda estão em cativeiro.
O comissário disse compreender “a dor e a angústia que as famílias das raparigas que ainda estão em cativeiro estão a passar”. A maioria das jovens resgatadas ao longo dos anos, disse, estão a frequentar diferentes escolas e a ser formadas sob a supervisão do Ministério Federal dos Assuntos da Mulher.
Os acontecimentos em Chibok ocorreram em 14 de Abril de 2014, quando terroristas do grupo terrorista Boko Haram entraram na remota comunidade de Borno e saquearam a escola secundária, levando 276 alunas. O rapto chocou o mundo e desencadeou uma campanha nas redes sociais que se tornou viral, sob o lema “Tragam de volta as nossas raparigas”, apelando à sua libertação e envolvendo celebridades como a então primeiradama dos EUA, Michelle Obama.
O Boko Haram foi criado, em 2002, em Maiduguri, capital de Borno, pelo líder espiritual Mohameh Yusuf para denunciar a negligência das autoridades em relação ao Norte do país. Desde a morte de Yusuf, assassinado por agentes nigerianos em 2009, o grupo radicalizou-se e procura agora impor um Estado islâmico na Nigéria, um país com maioria muçulmana no Norte e cristã no Sul.
O Boko Haram desde 2016, também a sua ramificação, o Estado Islâmico na província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês), mataram mais de 35 mil pessoas e provocaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como Camarões, Chade e Níger, segundo dados do Governo e da ONU.