O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, viaja Domingo para a Turquia, para testemunhar o trabalho humanitário em andamento, após os devastadores sismos que atingiram aquele país e a vizinha Síria, divulgou, ontem, o Departamento de Estado
Antony Blinken estará primeiro na base aérea de Incirlik, no Sudeste do país, onde sai parte da ajuda humanitária para as áreas afectadas pelos fortes terramotos de 06 de Fevereiro.
O secretário de Estado norte-americano segue depois para Ancara, onde vai manter encontros com autoridades turcas entre Domingo e Segunda-feira, referiu a diplomacia dos EUA, em comunicado.
O número de mortos pelos dois sismos, de força 7,7 e 7,5 já ultrapassa 35 mil na Turquia e 5 mil na Síria, mas teme-se que ainda possa subir mais, quando os escombros começarem a ser removidos.
A viagem de Blinken começou, ontem, Quinta-feira, na Alemanha, onde participará Sexta-feira e no Sábado na Conferência de Segurança de Munique, amplamente dedicada ao apoio militar à Ucrânia para se defender da invasão russa.
Mas também sobre a rivalidade entre as duas superpotências Estados Unidos e República Popular da China.
A digressão europeia termina com uma ida a Atenas, Grécia, entre Segunda e Terça-feira.
Os Estados Unidos enviaram várias equipas de busca e salvamento para a Turquia na semana passada, pelo menos de 200 pessoas, e libertaram uma primeira parcela de 85 milhões de dólares em ajuda humanitária.
Washington também forneceu helicópteros Black Hawk e Chinook para transferir suprimentos, segundo as autoridades norte-americanas.
Já a ajuda na Síria passa por parceiros locais, com os Estados Unidos a recusarem qualquer contacto com o Presidente sírio, Bashar al-Assad.
A deslocação do secretário de Estado dos EUA à Turquia, a primeira desde que assumiu o cargo há dois anos, foi marcada antes dos terramotos de 06 de Fevereiro.
Os dois países aliados da OTAN mantêm relações às vezes turbulentas, sendo que o Presidente Joe Biden não tem hesitado em classificar o seu homólogo Recep Tayyip Erdogan de autocrata.
Mas os Estados Unidos reconhecem que o seu aliado tem um papel construtivo, principalmente no que diz respeito à guerra na Ucrânia.
Outro tema ‘quente’ entre os dois países incluem a potencial venda de caças F-16 prometidos pelo Presidente Biden à Turquia, mas que enfrenta oposição no Congresso norte-americano devido à situação dos direitos humanos, bem como o bloqueio turco sobre a adesão da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica.
A Conferência de Segurança de Munique, que decorre na véspera do primeiro ano do início da invasão russa da Ucrânia, contará também com a presença da vice-Presidente Kamala Harris, além de outras autoridades, como o secretário da Defesa, Lloyd Austin.
Já o próprio chefe de Estado norteamericano tem uma visita prevista à Polónia de 20 a 22 de Fevereiro.
Em Munique, as tensões entre os Estados Unidos e a China estarão em destaque, exacerbadas pelo recente abate de um balão chinês que sobrevoava território norte-americano.
Sobre o balão chinês, que foi abatido em 04 de Fevereiro, as autoridades norte-americanas continuam a insistir na versão de que se tratava de um balão chinês equipado com material de vigilância, fazendo parte de um vasto programa global de espionagem da China, apesar dos desmentidos de Beijing.
O mais alto responsável pela diplomacia chinesa, Wang Yi, deve estar presente na conferência de Munique, o que sugere um possível encontro com Blinken, que devido ao incidente com o balão adiou uma visita a Beijing.