O Presidente norte-americano, Joe Biden, reiterou esta segunda-feira o seu empenho nas negociações para um cessar-fogo temporário em Gaza e a libertação dos reféns, sublinhando também que Washington “está comprometido com a segurança de Israel”, após o ataque do Irão.
“Estamos comprometidos com a segurança de Israel”, disse, em declarações à imprensa antes de iniciar, na Sala Oval, uma reunião com o primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al-Sudani. “Estamos empenhados num cessar-fogo que traga de volta os reféns e evite que estes conflitos alastrem mais do que já alastraram”, acrescentou.
O Irão lançou, na noite de sábado para domingo, um ataque sem precedentes contra Israel, utilizando drones (aeronaves não-tripuladas) e mísseis, em retaliação a um ataque ao seu consulado em Damasco, Síria, atribuído a Telavive.
Os sistemas de defesa antiaérea de Israel conseguiram interceptar e destruir 99% dos engenhos utilizados na ofensiva iraniana. Israel trava uma guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza desde 7 de Outubro do ano passado, data em que combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) — desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel — realizaram em território israelita um ataque de proporções inéditas desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis, e 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
A guerra, que entrou esta segundafeira no 192.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 33.700 mortos, mais de 76.200 feridos e milhares de desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que já está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.