O Presidente dos EUA Joe Biden e o expectável adversário republicano, Donald Trump, podem garantir, já esta semana, os delegados suficientes para se tornarem os presumíveis candidatos dos seus partidos e arrancar para uma campanha de oito meses
As eleições primárias em quatro Estados, essa Terça-feira, podem garantir quer ao actual chefe de Estado, quer ao ex-presidente, os delegados suficientes para garantir as nomeações, sendo que as suas trajectórias não estão em causa, depois dos bons resultados alcançados na chamada “Super Terça-feira”, que envolveu votações em 15 Estados e forçou os últimos principais adversários a saírem da corrida.
O cada vez mais provável novo ‘frente a frente’ entre Biden e Trump, que será o primeiro numa eleição presidencial dos EUA desde 1956, deverá aprofundar as profundas divisões políticas e culturais, noticiou, ontem, a agência Associated Press (AP).
No Domingo, faltavam 140 delegados a Donald Trump, dos 1.215 necessários para conquistar a indicação dos republicanos na convenção nacional do partido neste verão. Havia 161 delegados republicanos em jogo essa Terça-feira, na Geórgia, Mississípi, Estado de Washington e Havai.
Caso mantenha o forte desempenho, o magnata republicano pode conquistar todos os delegados na Geórgia, Mississípi e no Estado de Washington.
O Havai aloca delegados proporcionalmente para que outros candidatos possam ganhar alguns, mesmo com uma pequena parcela dos votos.
No campo democrata, também Biden está prestes a garantir delegados suficientes para a indicação do seu partido para lutar por um novo mandato presidencial.
O Presidente entra essa Terça-feira com 102 delegados a menos dos 1.968 necessários para obter a indicação democrata, havendo 254 delegados democratas em jogo nos Estados da Geórgia, Mississípi e Washington, além de disputas partidárias para as Ilhas Marianas do Norte e ‘Democratas no Estrangeiro’, que terminam naquele dia.
Sem grandes adversários, Biden está a caminho de atingir essa marca, apesar de continuar a enfrentar resistência da ala mais à esquerda do seu partido, que tenta evitar o ‘fechar das contas’.
Um grupo de activistas progressistas e líderes religiosos na Geórgia e noutros Estados está a encorajar os participantes democratas nas primárias a não votarem em qualquer candidato presidencial.
A iniciativa segue-se a um voto de protesto no Michigan, na opção “não comprometido”, que garantiu recentemente dois delegados.
O protesto simbólico pretende ser um aviso sobre a reeleição de Biden devido ao seu apoio à guerra de Israel contra o Hamas, em Gaza.
O actual chefe de Estado produziu um discurso sobre o Estado da União ‘vivo’ que, de acordo com a sua campanha, gerou 10 milhões de dólares em doações em 24 horas, podem aproveitar para construir um novo impulso com um forte desempenho essa Terça-feira.
A Geórgia surgiu, nos últimos anos, como um dos principais Estados indecisos e Biden e Trump pretendem mostrar força como um ensaio geral para as eleições de Novembro.
O Estado foi um campo de batalha crucial em 2020, tão disputado que Trump está mesmo indiciado, judicialmente, por ter alegadamente pressionado para que fossem “encontrados 11.780 votos” para anular a vitória de Biden.