Uma jovem aluna congolesa, Salima, está mantida fechada num centro na Bélgica, com vista à sua expulsão para a República Democrática do Congo, porque o seu visto médico expirou, anunciou à imprensa Xavier Vandewall, chefe da turma da Athénée (Liceu) de Ixelles, onde a mesma é matriculada. O titular e os alunos lançaram uma petição que recolheu mais de duas mil assinaturas para pedir a anulação da decisão de expulsão de Salima.
O secretário de Estado belga para o Asilo e Migração, Théo Franken, recusou-se a receber, Terça-feira, no seu gabinete, uma delegação dos signatários desta petição. A jovem Salima chegou à Bélgica para uma delicada operação a nível das orelhas, necessitando de um intervalo de pelo menos um ano entre dois actos.
Ela chegou pequena, em 2015, à Bélgica e, já que ela é maior de idade, o Estado belga deu a ordem de a expulsar. As relações diplomáticas entre a RDC e Bélgica deterioraram-se fortemente, pensamos que a manutenção em centro fechado de Salima representa uma medida de retaliação após as decisões tomadas recentemente por Kinshasa, a capital congolesa, nomeadamente o encerramento do Consulado da RDC na cidade belga de Antuérpia.
O Governo congolês pede que a Bélgica, por sua vez, encerre o seu Consulado em Lubumbashi e uma redução do número de diplomatas nas representações oficiais dos dois países. A deterioração das relações diplomáticas entre Bruxelas e Kinshasa poderá conduzir à expulsão efectiva de Salima para a RDCongo, nos próximos dias. Refere-se que as autoridades congolesas decidiram reduzir para cinco o número de vôos da Brussels Airlines, para Kinshasa. Esta medida é, com certeza, dolorosa para a empresa aérea belga, que cobra Kinshasa sete dias sobre sete.