O Azerbaijão acusou a Arménia de ter disparado contra as suas posições na fronteira entre os dois países na região de Nagorno-Karabakh, disputada por Baku e Erevan há mais de 30 anos
Na terça-feira, o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, disse que se tinha queixado junto do Presidente russo, Vladimir Putin, dos problemas com as forças de manutenção da paz comandados por Moscovo, acusando-as de estarem a ser incapazes de conter o agravamento das tensões com o Azerbaijão em Nagorno-Karabakh.
Horas depois destas declarações, e durante a madrugada desta quarta-feira, as posições militares do Azerbaijão foram atacadas pelas forças arménias na zona de fronteira, de acordo com o Ministério da Defesa do Azerbaijão.
O Exército do Azerbaijão reconheceu que o fogo de “armas de diferentes calibres” atingiu as suas posições em Nagorno-Karabakh durante a madrugada, acrescentando que tomou “medidas de resposta adequadas”.
Por sua vez, o Ministério da Defesa arménio rejeitou as acusações, qualificando-as como “actos de desinformação”.
As ex-repúblicas soviéticas do Azerbaijão e da Arménia lutam há cerca de três décadas pelo controlo do enclave de NagornoKarabakh, que é habitado maioritariamente por arménios, embora em território azerbaijano.
O primeiro conflito – logo no início dos anos 1990, na época do desmantelamento da URSS e que provocou 30.000 mortos terminou com uma vitória arménia.
Contudo, num segundo conflito, em 2020, o Azerbaijão conseguiu a recuperação de muitos territórios.
Apesar da presença de militares russos, os confrontos em Nagorno-Karabakh têm sido frequentes e ameaçam inviabilizar a frágil trégua alcançada após o conflito de 2020.
No início deste mês, pelo menos três arménios foram mortos em confrontos na fronteira.