A ministra do Interior da Austrália, Clare O’Neil, disse que a agência de inteligência do país desmantelou, no ano de 2022, actividades de alguns indivíduos que tinham realizado vigilância na casa” de um cidadão de nacionalidade iraniana e australiana, no contexto dos protestos anti-governamentais no Irão.
As manifestações, que eclodiram no Irão após a morte, a 16 de Setembro, da jovem curda de 22 anos, Mahsa Amini, detida pela Polícia da Moralidade por usar o lenço islâmico de forma incorrecta, foram replicadas em muitos países, incluindo a Austrália.
Num discurso na Universidade Nacional da Austrália, O’Neil reafirmou que as autoridades de Camberra vão ser implacáveis contra qualquer acto de interferência estrangeira no território.
“Não vamos recuar e permitir que australianos ou mesmo visitantes no nosso país sejam observados e rastreados por governos estrangeiros no nosso território”, enfatizou. Segundo ela, aos Estados que operam na sombra, tem uma mensagem simples: estamos vigilantes, prometendo que o Governo australiano vai agir com transparência e denunciar os actos de interferência cometidos na Austrália por outros países.
Nos últimos anos, as autoridades australianas têm observado com preocupação que países como a República Popular da China, Irão, Rwanda e Cambodja intimidam e monitorizam opositores políticos na Austrália, afirmou ontem o canal público ABC.
Neste sentido, Camberra aprovou, nos últimos anos, várias leis para bloquear alegadas interferências estrangeiras na política e na economia do país, especialmente de Beijing, acusada de estar por trás de ataques informáticos contra universidades e entidades governamentais, além de ser suspeita de ter financiado políticos e jornalistas.