“O balanço mais recente disponível é de 40 mortos e 140 feridos levados para os hospitais”, afirmou à AFP o porta-voz do Ministério da Saúde, Waheed Majroh. Este é um dos atentados mais violentos dos últimos anos em Cabul. “O suicida usou uma ambulância para superar os postos de controlo. No primeiro controlo, disse que transportava um paciente para o hospital Jamuriat”, explicou à AFP Nasrat Rahimi, porta-voz do Ministério do Interior. “
No segundo posto de controlo, foi identificado e detonou os explosivos”, completou. O atentado foi reivindicado pelo porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, no WhatsApp: “Um mártir explodiu o seu carro-bomba perto do Ministério do Interior, onde estavam muitas forças policiais”. A explosão foi tão potente que sacudiu a capital.
As janelas do escritório da AFP, que fica a quase dois quilómetros, tremeram; os vidros da “Chicken Street”, a rua dos antiquários, a centenas de metros do local do atentado, quebraram, uma cena observada em vários bairros próximos. Um fotógrafo da AFP observou muitos corpos ensanguentados, “mortos e feridos”, e moradores que tentavam ajudar as vítimas. Muitos feridos, incluindo crianças, foram levados para o hospital Jamuriat, que está sobrecarregado.
“Vi poças de sangue”, afirmou uma testemunha, que desmaiou com a potência da explosão. “É um massacre”, escreveu no Twitter Dejan Panic, coordenador da ONG italiana Emergency, especializada em cirurgia de guerra e que contabilizou pelo menos “sete mortos e 70 feridos” transportados para o seu hospital.
Os vidros das janelas quebraram e foram projetados a centenas de metros. Um edifício próximo ao hospital Jamuriat foi afetado e ameaçava desabar. O atentado aconteceu diante de um dos postos de controlo que protegem a entrada de uma avenida que dá acesso a várias instituições: o Ministério do Interior, a sede da polícia, a delegação da União Europeia e o centro de ensino médio Malalai.
O Alto Conselho da Paz, responsável pelas negociações com os talibãs (actualmente bloqueadas), acredita que era o principal alvo do ataque. Os membros da delegação europeia foram levados para uma sala blindada preparada para este tipo de situação.
O medo de um atentado executado com ambulância era real. Uma correspondente da AFP que passou pela rua uma hora antes da explosão observou como todas as ambulâncias que seguiam para o hospital Jamuriat eram inspeccionadas, com os motoristas do lado de fora do veículo. O nível de alerta é elevado em Cabul, sobretudo no centro e no bairro das embaixadas e das instituições estrangeiras.