Uma escola vinculada à ONU também foi atingida na cidade de Gaza, maior município da Palestina.
Um bombardeio no Hospital Batista al-Ahli, na cidade de Gaza, matou cerca de 500 pessoas nessa Terça-feira (17). A contagem preliminar das centenas de vítimas foi dada pelo Ministério da Saúde da Palestina.
Segundo informações da Defesa Civil local, trata-se do ataque aéreo israelita mais letal dentre as cinco guerras travadas na região desde 2008.
“O massacre no Hospital al-Ahli não tem precedentes na nossa história. Embora tenhamos testemunhado tragédias em guerras e dias passados, o que aconteceu esta noite equivale a um genocídio”, disse o porta-voz da Defesa Civil palestina, Mahmoud Basal.
O ataque aéreo partiu de Israel, no local onde vários civis eram atendidos ou se abrigavam contra as ofensivas israelitas.
As informações foram publicadas pela rede Al Jazeera. As Forças de Defesa de Israel (FDI), por sua vez, disseram em comunicado que hospitais não são alvo dos militares israelitas. “As FDI estão a investigar a origem da explosão e, como sempre, priorizando a precisão e a confiabilidade.
Pedimos a todos que procedam com cautela.” O bombardeio foi fortemente condenado pela comunidade internacional.
Devido ao ataque, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, cancelou a sua reunião com o presidente dos EUA, Joe Biden, que estava prevista para hoje (18), segundo informações da agência Associated Press.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, além das centenas de vítimas do bombardeio ao hospital, uma escola vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU) que abrigava refugiados também foi atingida.
A emissora árabe reportou que milhares de civis estavam no hospital em busca de medicamentos e abrigo contra os ataques aéreos perpetrados por Israel, cujas operações de bombardeio chegaram ao 11º dia nessa Terça-feira (17).
Ziad Shehadah, médico e residente em Gaza, disse à Al Jazeera que todas as pessoas abrigadas no hospital eram civis palestinianos. “O que aconteceu é terrível, porque essas pessoas, todas elas, são civis.
Fugiram das suas casas e chegaram a um local que acreditavam ser seguro — um hospital, que, de acordo com o direito internacional, é um local seguro”, declarou.
“O número de mortos neste momento é superior a 500, mas acreditamos que […] chegará a mais de mil. É um massacre”, acrescentou Shehadah. Egipto: ‘Violação perigosa do direito humanitário internacional’ O governo do Egipto condenou o ataque ao hospital na cidade de Gaza.
“Este ataque deliberado a alvos civis é uma violação perigosa do direito humanitário internacional e dos valores humanos básicos”, afirmou um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país, que faz fronteira com a parte Sul da Faixa de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores do Irão, Hossein Amir-Abdollahian, já afirmou que grupos pró-iranianos na região podem agir contra o território de Israel nas próximas horas.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, declarou três dias de luto por conta do ataque ao hospital. Em comunicado, o grupo Hamas afirmou que o massacre no hospital configura crime de genocídio.
O grupo destacou que o ataque israelita deixou centenas de mortos, a maioria famílias deslocadas, pacientes, crianças e mulheres.
“[O ataque] Também expõe o apoio dos EUA e do Ocidente a essa ocupação criminosa.
A comunidade internacional e os países árabes e islâmicos devem assumir as suas responsabilidades e intervir imediatamente”, diz o texto.
O director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, condenou o ataque ao hospital numa postagem na sua conta na rede social X (antigo Twitter).
A OMS condena veementemente o ataque ao hospital al-Ahli, no Norte de Gaza. As primeiras informações indicam centenas de mortos e feridos.
Apelamos pela protecção imediata dos civis, pelos cuidados de saúde e contra as ordens de evacuação. O ataque ao hospital acontece pouco tempo antes da visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Israel, e eleva a pressão contra Washington.
Biden vem sendo criticado por não condenar as acções militares de Israel na Faixa de Gaza.
Se, há poucos dias, a retórica da Casa Branca ecoava o discurso do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, nas últimas horas uma mudança de tom foi observada, com a preocupação voltada para a entrega de ajuda humanitária e para a retirada de civis da Faixa de Gaza.
Desde o ataque do Hamas, no último dia 7, que matou cerca de 1,4 mil pessoas em Israel, aproximadamente 3 mil palestinianos foram mortos pelas forças israelitas. Esta contagem ainda não considera o ataque ao hospital na cidade de Gaza.