Pelo menos 30 pessoas morreram, ontem, e dezenas ficaram feridas após um ataque de drones do exército no Sul da capital sudanesa, em Cartum, declararam activistas. Militares e um grupo paramilitar lutam pelo controlo do país.
Segundo um grupo de activistas, conhecido como Comités de Resistência, e dois profissionais de saúde do Hospital Universitário de Bashair, pelo menos três dezenas de pessoas ficaram feridas num ataque no bairro de Maio, em Cartum, declaram à agência noticiosa AP testemunhas locais.
Este grupo de activistas publicou imagens nas redes sociais que mostram corpos embrulhados em lençóis brancos, num pátio do hospital.
A violência no Sudão decorre desde meados de Abril, quando as tensões entre as forças armadas do país, lideradas pelo general Abdel Fattah Burhan, e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido, comandadas pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, começaram a combater entre si.
Desde então, os confrontos alastraram-se a várias zonas do país, reduzindo Cartum a um campo de batalha urbano.
Na região ocidental do Darfur, palco de uma campanha genocida no início da década de 2000, o conflito transformou-se em violência étnica, com as Forças de Apoio Rápido e as milícias árabes aliadas a atacarem grupos étnicos africanos, segundo grupos de defesa dos direitos humanos e as Nações Unidas.
O conflito já matou mais de 4.000 pessoas, de acordo com os números do mês de Agosto das Nações Unidas, no entanto, os médicos e activistas afirmam que o número real de mortos é certamente muito superior.
Mais de 5 milhões de pessoas foram deslocadas no Sudão ou fugiram do país para escapar à violência, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.