Na primeira fase dos exercícios, as tropas russas treinaram como armar e posicionar mísseis Iskander, enquanto a Força Aérea treinou como armar mísseis hipersónicos Kinzhal.
A segunda fase, anunciada ontem (11), envolveu a preparação conjunta de unidades russas e bielorussas “para o uso em combate de armas nucleares não estratégicas”, disse o Ministério da Defesa russo. Moscovo considera necessário realizar manobras nucleares não estratégicas conjuntas com Minsk para “manter a prontidão de combate em meio à situação tensa na Europa”, disse o portavoz do Kremlin, Dmitry Peskov.
“Há uma situação bastante tensa no continente europeu que enfrenta provocações todos os dias na forma de novas decisões e acções hostis contra a Rússia por parte das capitais europeias e de Washington”, afirmou Peskov aos jornalistas nessa Terça-feira (11).
A Rússia já sinalizou que os Estados Unidos e os seus aliados europeus estão a levar o mundo à beira de um confronto militar maior, entre forças russas e membros da OTAN, ao dar à Ucrânia biliões de dólares em armas, algumas das quais liberadas para serem usadas contra o território russo há duas semanas. “Portanto, é claro, tais exercícios [com a Bielorrússia] e a manutenção da prontidão para o combate são muito importantes para nós”, acrescentou Peskov.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na Sexta-feira (7) que Moscovo não precisava usar armas nucleares para garantir a vitória na Ucrânia, no sinal mais forte do Kremlin até ao momento de que o conflito não se transformará numa guerra nuclear.
No entanto, o presidente sublinhou que “não descarta mudanças na doutrina nuclear da Rússia”, que estabelece as condições sob as quais tais armas poderiam ser usadas, se o Ocidente fizer acções maiores.
Os Estados Unidos, através da Casa Branca, afirmam que não viram qualquer mudança na postura estratégica da Rússia, embora altos funcionários dos serviços de informações digam que têm de levar a sério as observações de Moscovo sobre as armas nucleares, relatou a Reuters.