As ameaças comuns fortalecem a interacção Rússia – China, afirmou o presidente russo Vladimir Putin, após três horas de negociações com o homólogo chinês Xi Jinping, durante a terceira edição do Fórum do Cinturão e Rota, em Pequim
“Todos esses factores externos são ameaças comuns e fortalecem a interacção russo-chinesa. Em relação às perspectivas, eu olho para isso com optimismo”, disse Putin numa conferência de imprensa.
O líder russo também observou que a Rússia está interessada no desenvolvimento da Iniciativa Cinturão e Rota. Ele destacou que a Iniciativa Cinturão e Rota é global, que diz respeito a quase todas as regiões do mundo: o continente americano, África, Europa e vizinhos na região da Ásia-Pacífico e a Rússia.
Vladimir Putin também informou aos jornalistas que durante as três horas de conversa com o presidente chinês Xi Jinping, eles falaram sobre relações bilaterais, cooperação económica e discutiram a situação no Oriente Médio em detalhes.
“É tudo a agenda bilateral, suas muitas, muitas questões – é economia, finanças, interacção política, trabalho conjunto em fóruns internacionais.
Também discutimos muito profundamente a situação no Oriente Médio.” Assim, o presidente russo chamou o recente ataque a um hospital na Faixa de Gaza de uma tragédia e uma catástrofe humanitária, e disse esperar que fosse um sinal da necessidade de acabar com o conflito.
Vladimir Putin acredita que os principais actores não querem aprofundar o conflito israelopalestiniano, tendo tido ele essa impressão depois de conversar com cinco líderes da região.
Ao mesmo tempo, o chefe de Estado russo revelou que, durante as negociações, ele deixou o seu homólogo chinês a par de toda a situação na linha de frente da operação militar especial.
Assim, a contraofensiva da Ucrânia na direcção de Kherson traz perdas, mas não resultados, afirmou Putin. “Eles começaram a sua já anunciada e esperada ofensiva, agora na direcção de Kherson.
Ainda não há resultado. Há perdas, não há resultado.” Notou também que a mesma situação aconteceu na direcção de Zaporozhie e noutras direcções.
O presidente russo sublinhou que a entrega de mísseis tático-operacionais ATACMS de longo alcance dos EUA simplesmente prolongará a agonia na Ucrânia.
Assim, segundo o líder russo, os Estados Unidos estão pessoalmente envolvidos cada vez mais no conflito ucraniano.
A Força Aeroespacial da Rússia está constantemente a patrulhar o espaço aéreo sobre o mar Negro, estando as aeronaves equipadas com o sistema do míssil hipersónico Kinzhal, anunciou Vladimir Putin para a imprensa.
A Ucrânia está a pensar numa solução do conflito através de negociações, sendo esta uma transformação na direcção correcta e merecedora do meu elogio, mas não é suficiente, pois são necessários passos concretos, afirmou Putin.
De acordo com ele, as pessoas responsáveis, que supervisionam as direcções da política externa da Ucrânia e que não muito tempo atrás pediram a derrota estratégica da Rússia no campo de batalha, “agora estão a falar com uma voz diferente e dizendo que esses problemas devem ser resolvidos através de negociações pacíficas”.
Concluindo, ele disse que se a Ucrânia quer um processo de negociação, gestos teatrais não são necessários, e, por isso, deve ser revogado o decreto que proíbe as negociações com a Rússia.