A Amnistia Internacional (AI) saudou o anúncio Quarta-feira pelo primeiro- ministro etíope, Hailemariam Desalegn, da libertação de todos os prisioneiros políticos e do encerramento dum centro de detenção tristemente célebre, de acordo com o seu pesquisador etíope, Fisseha Tekle.
Segundo a PANA, Teklé declarou que “este anúncio pode ser o sinal do fim duma era de repressão sangrenta na Etiópia”, mesmo se esta medida devia ter sido tomada há muito tempo para os prisioneiros que passaram vários anos encarcerados por razões políticas e acusações falsas.
“A maioria deles foram detidos apenas por terem exercido de forma pacífica os seus direitos humanos mas nunca deviam ser aprisionados. Exortamos as autoridades etíopes a aplicarem esta decisão o mais rápido possível libertando- os imediata e incondicionalmente”, apelou.
A seu ver, as autoridades devem ab-rogar ou modificar a fundo as leis repressivas no quadro das quais estes seres humanos foram capturados, incluindo a “draconiana proclamação contra o terrorismo”. “Se o projeto de encerramento do tristemente célebre centro de detenção de Maekewali é bem-vindo, este encerramento não deve ser pretexto para tentar dissimular factos horríveis ocorridos neste local.
Há vários anos, Maekelawi serviu essencialmente de local de tortura, utilizado pelas autoridades etíopes para interrogarem brutalmente qualquer pessoa que ousasse opor-se, incluindo manifestantes pacíficos, jornalistas e personalidades da Oposição”, salientou. Segundo Tekle, uma nova era para os direitos humanos só será possível se as acusações de tortura e outros maus tratos forem objeto de inquéritos sérios e seus responsáveis forem julgados em tribunal.
“Pedimos também inquéritos sobre várias dezenas de desaparecimentos forçados assinalados desde 1991. Não basta libertar-se alguns opositores pacíficos enquanto o rumo de numerosos outros continua desconhecido”, enfatizou.