O poder destrutivo da nova bomba B61-13 é 22 vezes superior ao da bomba que matou 140 mil pessoas em Hiroshima, no Japão
A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, sigla em inglês) mostrouse, essa segunda-feira, preocupada com o anúncio dos EUA do lançamento de uma nova geração de armas atómicas e alertou para o seu potencial poder destrutivo.
A nova bomba B61-13 — cujos pormenores o Pentágono anunciou na semana passada — “é uma escalada irresponsável na nova corrida armamentista”, disse a directora executiva da ICAN, Melissa Parke, num comunicado, lembrando que o seu poder destrutivo é 22 vezes superior ao da bomba que matou 140 mil pessoas em Hiroshima, Japão, em 1945.
“Anunciar estes planos no meio de conflitos na Europa e no Médio Oriente, envolvendo países com armas nucleares (Rússia e Israel) é um acto arrogante face aos esforços para que estas armas de destruição maciça não sejam utilizadas novamente”, acrescentou Parke.
No comunicado, a ICAN lembrou ainda que outra arma nuclear que faz parte dos planos de modernização da defesa dos EUA, a B61-12, já está a ser implantada em bases da OTAN na Bélgica, Alemanha, Itália, Países Baixos e Turquia.
“Exigimos que Washington cancele estes programas de modernização e, em vez disso, honre os seus compromissos com o Tratado de Não-Proliferação, iniciando negociações para o desarmamento nuclear”, acrescentou a directora executiva da ICAN.
A utilização deste tipo de armas, defendeu Parke, “implicaria assassínios indiscriminados de civis e a destruição de infra-estruturas civis críticas, o que constituiria crimes de guerra”.