Os oito polícias da equipa de segurança do vice-presidente da África do Sul, que são acusados de brutalidade na via pública, saíram, ontem, em liberdade condicional mediante o pagamento de uma fiança de cerca de 500 euros
A magistrada sulafricana Hlengiwe Mkhabisi concedeu a cada a um dos agentes de segurança a fiança de 10 mil rands (500 euros) no Tribunal de Magistrados de Randburg, em Joanesburgo, na manhã de ontem, segundo a imprensa local.
O tribunal decidiu que não há evidências de que os agentes policiais vão tentar fugir ao julgamento, porque mantêm laços familiares na província de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, foi anunciado.
Os agentes de protecção estavam armados à paisana e conduziam uma escolta do vice-presidente, Paul Mashatile, na via rápida N1, que liga Joanesburgo a Pretória, a capital do país, quando pararam os veículos e arrastaram à força para fora de um carro dois formandos militares, espancando-os ao pontapé na beira da via rápida, no mês passado.
As vítimas são militares da Força Nacional de Defesa Sul-Africana (SANDF, na sigla em inglês), que estavam de folga e se encontravam de regresso à sua base em Pretória quando foram atacadas.
Um dos agredidos ficou inconsciente no violento ataque dos seguranças do vice-presidente sulafricano, que foi registado em vídeo por outro motorista, depois partilhado nas redes sociais, e gerou uma grande indignação no país.
No vídeo, é também mostrado um outro homem a ser atacado, com as mãos na cabeça para se proteger dos golpes da polícia de segurança encarregue de proteger o vicepresidente Paul Mashatile, que não estava presente no local, na altura do incidente.
Mashatile declarou que desconhecia o sucedido, insistindo que não se encontrava no carro quando decorreram as agressões, tendo posteriormente condenado a conduta dos agentes que foram suspesos do serviço.
Os oito agentes foram detidos em 23 de Julho numa esquadra da Polícia de Joanesburgo antes de comparecerem em tribunal no dia seguinte para uma primeira audiência.
O Ministério Público e a Direcção Independente de Investigação Policial, que investiga má conduta policial, disseram que os oito enfrentam acusações de agressão, danos dolosos à propriedade e crimes com armas de fogo, entre outros.
O caso foi adiado para 27 de Setembro para novas investigações, segundo a imprensa local.
A unidade de protecção policial é conhecida na África do Sul como ‘brigada da luz azul’ e tem uma reputação de usar a força de forma desnecessária nas auto-estradas do país contra condutores que criticam os polícias de acelerarem na via rápida e reagirem com brutalidade se os condutores não se afastarem rapidamente.