Cabul ameaçou, ontem, Islamabad com uma resposta de “consequências incontroláveis” aos ataques paquistaneses que mataram, ontem, oito civis, mulheres e crianças, em duas províncias do Afeganistão perto da fronteira comum.
“Aviões paquistaneses bombardearam casas de civis na província de Paktika, matando seis pessoas” e “na província de Khost duas mulheres foram mortas”, anunciou o porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid.
O Afeganistão “condena veementemente estes ataques”, continuou o porta-voz oficial, denunciando uma “violação da soberania” do seu país. “Estes ataques podem ter consequências que o Paquistão não seria capaz de controlar.
O povo do Paquistão e o novo governo civil não devem permitir que alguns generais prossigam políticas erradas, que prejudicam as relações dos dois países muçulmanos vizinhos, com acções tão descaradas”, disse.
Desde que os talibãs regressaram ao poder em Cabul, em 2021, as tensões fronteiriças entre os dois países aumentaram.
O Paquistão afirma que grupos armados, como o Taliban Paquistanês Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP), realizam ataques planeados a partir de solo afegão.
Estes ataques ocorrem dois dias depois da morte de sete soldados no Noroeste do Paquistão, no distrito do Waziristão do Norte, perto da fronteira com o Afeganistão.
Este ataque foi atribuído pelo presidente paquistanês Asif Ali Zardari a “terroristas”, prometendo que Islamabad responderia “com firmeza” e “independentemente do autor e do país”.
O governo afegão sempre negou abrigar grupos armados estrangeiros e garantiu que não permitiria que ninguém utilizasse o solo afegão para lançar ataques contra os seus vizinhos.