O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Educação, Saúde e Afins (Nehawu), na África do Sul, suspendeu ontem uma greve que afetou vários hospitais públicos, após um acordo de princípio com o Governo para um aumento salarial de 7%
A organização sindical sul-africana que exigia um aumento de 10% nos salários, anunciou um acordo de princípio com o Governo para um aumento na ordem de 7% para 2023- 2024, segundo o porta-voz Lwazi Nkolonzi.
A decisão do Nehawu, que integra a confederação de sindicatos Cosatu, ocorre dias antes de uma “paralisação total do país” anunciada para a próxima segunda-feira, 20 de Março, pelo partido de extremaesquerda radical, Economic Freedom Figthers (EFF), de Julius Malema, na oposição, e que está a agitar o país.
O EFF disse estar a organizar manifestações em todo o país para protestar contra “o corte de electricidade”, instando simultaneamente à “renúncia do cargo do Presidente Cyril Ramaphosa”.
Nas últimas duas semanas, a paralisação do pessoal de enfermagem e manutenção afectos ao Nehawu obrigou à intervenção do Serviço Médico do Exército sul-africano para atenuar os efeitos da greve em vários hospitais públicos da África do Sul, que enfrenta cortes de eletricidade de 12 horas por dia devido à incapacidade de produção da concessionária estatal, a endividada Eskom.
A ministra da Presidência, Khum budzo Ntshavheni, anunciou ontem que o acordo de 7% de aumento nos salários foi assinado pela “maioria” dos sindicatos da função pública.
Todavia, a ministra sul-africana frisou que a oferta do executivo foi rejeitada por alguns sindicatos, que não precisou, salientando que “aqueles que interromperam os serviços públicos durante os protestos serão punidos”.
O Grupo de Ministros da Justiça, Prevenção do Crime e Segurança (JCPS, na sigla em inglês), de aconselhamento do chefe de Estado e do executivo sul-africano, anunciou também ontem, após uma reunião em Pretória, a ativação de “planos de contingência” e o “reforço” de meios da polícia e da segurança do Estado que visam “assegurar que o dia de 20 de Março será um dia normal de trabalho”.
“Quem intimidar, impedir alguém de ir trabalhar, barricar estradas e usar qualquer forma de violência para tentar impedir o nosso povo de fazer a sua vida enfrentará toda a força da lei”, sublinhou, em comunicado divulgado ontem.