Organizado pela CNN em Des Moines, Iowa, o primeiro Estado onde os republicanos serão chamados a votar por um nomeado, o debate colocou em evidência as diferenças substanciais sobre a Ucrânia entre Nikki Haley, exgovernadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora nas Nações Unidas, e Ron DeSantis, governador da Florida Nikki Haley e Ron DeSantis trocaram acusações e chocaram de frente em matérias como o apoio à Ucrânia no último debate antes do início das primárias republicanas, que vão decidir a nomeação às presidenciais dos Estados Unidos da América.
Organizado pela CNN em Des Moines, Iowa, o primeiro estado onde os republicanos serão chamados a votar por um nomeado, o debate colocou em evidência as diferenças substanciais sobre a Ucrânia entre Nikki Haley, exgovernadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora nas Nações Unidas, e Ron DeSantis, governador da Florida.
“Isto é para prevenir a guerra, sempre foi”, afirmou Haley, considerando necessário apoiar a Ucrânia na defesa contra a Rússia de forma a evitar um conflito global. A candidata referiuse ao país como “pró-americano” e “amante da liberdade” e afirmou que o apoio financeiro representa apenas 3,5% do orçamento de defesa dos Estados Unidos.
Ron DeSantis mostrou-se contra a continuação do apoio norte-americano às forças ucranianas. “Eles [Ucrânia] não vos vão dizer quando tiverem atingido o objectivo, e isto vai chegar às centenas de milhares de milhões de dólares no futuro”, considerou DeSantis, que aproveitou o momento para atacar Haley na questão da imigração ilegal, dizendo que está mais preocupada com as fronteiras ucranianas que com as fronteiras do Sul dos EUA.
O debate teve um tom crispado, em que os candidatos se acusaram mutuamente de mentir e trocaram insultos sobre carácter e carreira. Haley afirmou que DeSantis “está desesperado” e o governador disse que a candidata tem um problema de podologia porque “está sempre a dar tiros nos pés”.
O formato deste debate, para o qual só se qualificaram Haley, DeSantis e Donald Trump, que voltou a não comparecer, permitiu traçar diferenças mais vincadas entre os dois candidatos com maiores possibilidades de desafiar o líder das sondagens, apesar da distância considerável de que goza.
Além da Ucrânia e de uma visão muito diferente sobre diplomacia internacional, DeSantis e Haley colidiram em matérias como o aborto, imigração ilegal e impostos.
O governador da Florida disse que a oponente está “confusa” sobre o aborto e acusou-a de não apoiar as mesmas restrições que ele. Haley disse que é “pró-vida sem desculpas”, mas que é preciso não ceder à demonização.
Na questão da imigração, o governador da Florida prometeu que, se for eleito, vai terminar o muro que Trump começou e fazer o México pagá-lo, enquanto Haley disse que é preciso atacar os problemas que levam os migrantes a quererem entrar ilegalmente no país.
Ambos concordaram que Donald Trump deveria ter estado presente no debate, para defender a sua presidência e falar sobre o que pretende fazer.
Mas nenhum dirigiu grandes ataques ao candidato que lidera a corrida, que, ao invés de participar no debate, fez um ‘town hall’ com eleitores, organizado pela Fox News.
Os problemas legais do expresidente, que enfrenta quatro processos criminais, foram abordados mas não aprofundados. Haley disse que a defesa de imunidade de Trump é “absolutamente ridícula” e concedeu que o ex-presidente perdeu a eleição de 2020, enquanto DeSantis expressou dúvidas sobre onde estão os limites legais.
Trump lidera as sondagens no Iowa com 51,3%, seguido por DeSantis com 17,2% e de Haley com 15,8%. Não é expectável que as primárias (em formato caucus) de 15 de Janeiro se desviem destes números.