A Associated Press falou com mulheres Rohingya que relatam as violações de que foram alvo por parte de militares do Myanmar. As violações de mulheres rohingya, por militares do Myanmar, são metódicas, acontecem à noite e têm como alvo específico estas mulheres.
A Associated Press falou com algumas delas e os relatos são de horror. Rostos anónimos que falam de crueldade. Uma das vítimas era recém-casada e foi violada enquanto rezava. “Não suporto mais essa dor. Eu não consigo transmitir a minha dor ao médico. A minha mente está perturbada. Chorei a noite inteira, na noite passada. Ninguém sabe disso, excepto Alá.
Nem posso curvar-me para orar. É isso que me preocupa”, desabafou uma das vítimas rohingya. Meses depois descobria que estava grávida. Os relatos sucedem-se, idênticos, divergem as repercussões que se farão sentir para a vida: “ (…) Eu estava muito preocupada. Chorando muito. E o meu marido disse que me abandonaria, disse “um não-muçulmano violou-te”, ameaçou deixar-me”, contou outra refugiada desta minoria muçulmana.
As entrevistadas pela AP têm entre 13 e 35 anos. São 29 mulheres e jovens que, como tantas outras Rohingya fugiram depois para o vizinho Bangladesh. Testemunhos que reforçam o que dizem as Nações Unidas de que a violação está a ser usada como “ferramenta calculada de terror”.