Quarenta migrantes clandestinos tunisinos observaram uma greve de fome na ilha italiana de Lampedusa, cosendo mesmo as suas bocas, anunciou no fim-de-semana a associação Forza Tunisie num comunicado. No mesmo comunicado, a asso- “pelo menos” 11 militantes foram agredidos pela Polícia, por, alegadamente, terem entrado em discussão com os agentes. O secretário nacional do PAIGC indicou que “para já” há água e luz elétrica da rede pública na sede, mas o problema, disse, é arranjar comida para mais de 200 pessoas, com a sede cercada pela Polícia.
Aly Hijazi avançou que o líder do partido, Domingos Simões Pereira, que está fora da sede, tem-se desdobrado em contactos com os organismos internacionais, tanto os sedeados no país, como os do estrangeiro, para lhes explicar a situação e pedir apoio. O partido tem outra interpretação e adianta que o Ministério do Interior, que tutela a POP, se recusou a receber uma nota de um tribunal que voltou atrás com a sua decisão de impedir o início do congresso. O presidente da comissão organizadora do 9.º congresso do PAIGC, com início marcado para a noite de ontem, disse que, a partir das três da manhã, a Polícia não deixou ninguém entrar ou sair da sede do partido, onde se encontravam alguns militantes nos preparativos.
“Estamos encurralados por todos os lados pelos elementos da Polícia”, declarou Aly Hijazi. O responsável afirmou ainda que ciação apelou ao Governo tunisino a intervir rapidamente para resolver o assunto destes migrantes bloqueados na ilha italiana, observando a sua greve de fome diante da igreja da ilha, acrescentou “Forza Tunisie”. Eles rejeitam categoricamente a ideia de voltar à Tunísia preferindo ficar na Itália, segundo a mesma fonte. O número de migrantes clandestinos tunisinos chegados na Itália, de 1 de Janeiro a 30 de Novembro de 2017 atingiu sete mil e 988 pessoas, acolhidos maioritariamente nas costas italianas entre Setembro e Outubro de 2017, indicou o Fórum Tunisino para os Direitos Económicos e Sociais, citando estatísticas do Ministério italiano do Interior.
Segundo a mesma fonte, o número de Tunisinos repatriados dos países europeus atingiu, durante as 33 primeiras semanas de 2017, um total de duas mil e 190 pessoas, provenientes nomeadamente da Itália, da Alemanha e de França. Cerca de 114 mil migrantes chegaram à Itália em 2017 à procura de uma vida condigna, afirmou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).