Um grupo de três cidadãos nacionais foi detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) em Luanda, sob indícios de cometer crimes de Falsificação de Documentos e de Burla, depois de, supostamente, fabricar e vender extractos bancários falsos para emissão de vistos de acesso a vários países
Os implicados foram detidos no passado Domingo, 15, e apre- sentados, ontem, à imprensa, no município de Belas, onde o director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC-Luanda, superintendente-chefe de investigação criminal Fernando Carvalho, explicou os meandros das actividades fraudulentas.
Segundo o oficial, o grupo composto por elementos com idades compreendidas entre 28 e 69 anos falsificavam estes documentos e davam autenticidade com recurso a carimbos secos dos bancos Millennium Atlântico, de Fomento Angola (BFA) e de Investimento e Crédito (BIC). Fernando Carvalho esclareceu que os detidos procediam assim, a fim de comercializarem os documentos a pessoas interessadas na emissão de um visto consular para países como Brasil e Portugal, além de outros do continente africano, sendo o instrumento bancário um dos requisitos para este fim.
“Os documentos visados, a esta maléfica acção, eram extractos bancários para a emissão de vistos de viagem e carimbos secos referentes aos bancos Millennium, BFA e BIC. Apurou-se que os implicados, a troco de valores monetários, emitiam extractos bancários falsos a cidadãos que a eles recorriam”, ex- plicou. O porta-voz desse órgão investigativo adiantou que as vítimas procuravam os serviços do grupo, fazendo fé de que se tratava de uma acção lícita. Porém, em certos casos, burlaram, de acordo com as diligências, seis lesados com vistos falsos para o Brasil, Portugal, Gâmbia e Mali.
Para a efectivação das suas acções, elucidou, os mesmos contavam com o suporte de dois computadores, um portátil e outro de mesa, os referidos carimbos, bem como diversos formulários do Ministério das Relações Exteriores e vários comprovativos de depósitos. Os meios utilizados para a concretização do delito foram apreendidos em conjunto com 42 passaportes, 38 dos quais nacionais.
Com a finalidade de cumprir os trâmites ulteriores, Fernando Carvalho disse que os acusados foram presentes ao Ministério Público e ao Juiz de Garantias que aplicou a medida de coação mais gravosa — a prisão preventiva, e aconselhou os populares a procurarem os órgãos competentes para obtenção de documentos. “O SIC-Luanda, através do seu porta-voz, superintendente-chefe Fernando de Carvalho, desaconselha a população a procurar caminhos ínvios, a fim de tratarem qualquer documentação de que precisem, pelo que, para o efeito, existem órgãos competentes para tal”, avançou.