Num cálculo de 10 milhões de habitantes que a província de Luanda poderá ter, apenas quatro milhões tem acesso à água canalizada, segundo o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, o que perfaz um total de sei milhões de habitantes que ainda compram água da cisterna
Para atender as vastas zonas da província de Luanda, quer na parte sul, norte, no Zango, onde as pessoas ainda não têm ligações domiciliares, o investimento para este feito será de mais de dois mil milhões de dólares empregues até 2027, segundo João Baptista Borges, no acto da apresentação do FONAS (Fórum Nacional de Água e Saneamento), que decorreu em Luanda. O governante referiu que a prioridade em termos de abastecimento de água será a província de Luanda, mas há projectos que estão em fase de conclusão em outras capitais provinciais, nomeada- mente a de Malanje e de Cabinda – que já foram colocados em serviço.
Há necessidade de se estender a rede de distribuição a nível nacional, sobretudo em zonas onde se regista crescimento po- pulacional. “Se calcularmos que a província de Luanda tem 10 milhões de habitantes, estima-se que apenas quatro milhões tenham acesso à água, ou seja, grosso modo, seis milhões compram água de cisterna. Para ultrapassar a situação vamos construir os dois sistemas e adicionar em um deles 500 mil metros cúbicos de água/ dia, isto vai servir para alimentar cinco milhões de habitantes.
No sistema do Quilonga e o do Bita, com 250 mil metros cúbicos/ dia, que dará para dois milhões e meio de habitantes”, esclareceu, João Baptista Borges. A nível da província de Luanda serão os dois grandes investimentos a serem realizados, para além da expansão da rede de distribuição, de modo a eliminar o défice e permitir que a água chegue para todos. O projecto Bita já se encontra em desenvolvimento e a previsão é que até 2026 possa estar operacional. O projecto do Quilonga virá a acontecer mais tarde. Segundo João Baptista Borges, trata-se de programas de captação, armazenamento e distribuição de água, por isso, a nível da província de Luanda serão feitos mais de um milhão de ligações domiciliares.
Saneamento básico não foi posto de parte
De acordo com o ministro, associado ao abastecimento de água deve estar também a questão de saneamento, onde se deve pensar que grande parte da água que se consome é transformada em resíduo, quando deve ser trata- da, sob pena de constituir uma ameaça à saúde pública. João Baptista Borges lembrou que o saneamento requer investimento de capitais, bem como o esforço necessário na sustentabilidade e na garantia de funcionamento do próprio sistema de saneamento. Por isso, defende que, para além do sector das águas devem ser congregados outros, o Ministério do Ambiente tem uma actuação transversal em matéria do ambiente. Entretanto, o Fórum Nacional de Águas e Saneamento (FONAS) abordou também o sistema de abastecimento de água, saneamento e o de higiene – as condições de salubridade do meio rural e urbano.
O Ministério da Energia e Águas vai comemorar, no próximo dia 22 do mês em curso, o Dia Mundial da Água e este ano vão reflectir sobre o acesso a este bem, porque grande parte da população ainda não tem acesso aos serviços básico de água potável. O FONAS é uma plataforma técnica que vários sectores encontraram para colmatar e levar ao Executivo as melhores práticas e soluções relacionadas com a água e saneamento, e se pretende ainda agregar todos os sectores envolventes no que se refere a água, abastecimento e higiene, com intuito de servir melhor a população.