A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, disse em Cabinda que o sector admitiu, nos últimos cinco anos, através de concursos públicos, 33 mil novos funcionários entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnósticos e trabalhadores de regime geral
Sílvia Lutucuta, que se deslocou a Cabinda para uma visita de supervisão e avaliação da situação do sector na província, afirmou ainda que, neste momento, trabalham para a conclusão dos processos do concurso público iniciado no ano passado, com a admissão de mais de oito mil funcionários. Referiu que a admissão de novos funcionários é acompanhada com um plano ambicioso de formação especializada dos profissionais de modo a conferir um melhor desempenho do capital humano no sector da saúde.
“A nossa aposta é na formação. Queremos, até ao final desse quinquénio, ter mais de três mil médicos especialistas, três mil enfermeiros e três mil técnicos de diagnóstico especialistas, bem como nove mil especialistas com formação pós média”, sublinhou. Para tal, segundo aventou, torna-se necessário acompanhar de perto os centros de formação, aumentando as suas capacidades com o auxílio de técnicos nacionais e os especialistas cubanos e russos que estão no país. “Iremos também buscar pessoas de outras latitudes para virem reforçar o quadro de forma- dores naquelas valências que não temos e que ainda são desafios para o país”.
Tornar o HGC num centro de formação especializada
O ministra da Saúde anunciou que o Hospital Geral de Cabinda (HGC) será transformado num centro de excelência nacional e internacional, de formação diferenciada em várias especialidades, incluindo a formação de gestores hospitalares. Para Sílvia Lutucuta, o HGC é um hospital de referência nacional, muito bem apetrechado com várias valências e com profissionais competentes para passarem conhecimentos aos nossos técnicos. “Por esta razão que queremos fazer dele um ponto de referência nacional na formação de quadros especializados em saúde”, disse, tendo acrescentado que estão em curso várias formações especializadas em medicina, enfermagem e de técnicos de diagnósticos em regime geral.
Decorrem igualmente formações de especialistas em vários hospitais em Cabinda e nos municípios nas áreas de medicina familiar, ginecologia/obstetrícia, cirurgia geral, pediatria, ortopedia, anestesia e cuidados intensivos. Brevemente terão início as formações nas áreas de gestão hospitalar, saúde, estatística, tecnologias de informação em saúde e outras especialidades médicas. Anunciou a vinda, para breve, a Cabinda, de 175 novos médicos para reforçarem o quadro de pessoal do sector na província.
“Algumas valências terão que ser feitas noutras províncias em que esses processos estão mais adiantados e o nosso hospital de Cabinda será, seguramente, uma referência nacional na formação especializada”, sustentou. Disse ainda que não estão a fazer apenas formação especializada de longa duração, pelo que vão optar também por fazer várias formações de curta duração porque, em saúde, tem de haver sempre formação contínua e especializada, já que o essencial é aumentar o número de quadros com qualidade.
Mais de 22 mil pacientes atendidos em nove meses
O Hospital Geral de Cabinda, com capacidade de internamento para 200 camas, entrou em funcionamento no dia 21 de Abril do ano passado, após a sua inauguração pelo Presidente da República, João Lourenço. A unidade conta com cerca de 15 especialidades nomeadamente anestesia, anatomia patológica, cirurgia geral, ginecologia-obstétrica, oftalmologia, oncologia clínica, medicina interna, pediatria, neurologia, dentre outras.
Segundo a ministra Sílvia Lutucuta, o HGC deverá ser reforçado, em breve, com novas áreas de atendimento elevando, assim, para 23 especialidades. Até ao momento, o Hospital Geral de Cabinda atendeu cerca de 22 mil 117 pacientes, fez 908 cirurgias, 625 diálises para 125 pacientes, internou 995 doentes e realizou 607 sessões de fisioterapia para 11 mil 576 pacientes. A ministra da Saúde, que visitou a unidade, afirmou que o HGC tem, neste momento, uma produtividade muito boa e está a apresentar bons resultados.
Fruto dessa eficácia, assegurou, as evacuações de doentes para a RDC e Congo Brazzaville diminuíram drasticamente. “Estamos a salvar muitas mães porque havia uma mortalidade materna preocupante, fruto das complicações obstétricas. Agora, essas complicações estão a ser bem tratadas na nossa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e, hoje, fica- mos muito contentes ao ver os resultados e o que está sendo feito”, concluiu.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda