Mais um episódio de chacina protagonizado por indivíduos não identificados mancha o bairro Patriota, em Luanda. Desta vez, a vítima é o renomado sociólogo e professor Laurindo Vieira, que, na tarde de ontem, 11 de Janeiro, foi surpreendido por dois indivíduos que dispararam contra si.
Relatos de um vídeo posto a circular nas redes sociais dão conta de que o professor teria si- do surpreendido por dois jovens a bordo de uma motorizada, supostamente após ter feito o levantamento de somas avultados de valores num banco, naquelas imediações. O que se pode descrever do vídeo com pouco menos de 30 segundos é que o professor Laurindo estava estatelado no chão, ensanguentado, perto da sua viatura, enquanto alguns cidadãos tentavam entender o que aconteceu para que pudessem socorrê-lo.
O professor tentava mexer-se, mas tinha perdido os movimentos dos membros inferiores, pois que, pelo volume de sangue, dava a entender que foi baleado nesta região. A rua principal do Patriota tem inúmeras unidades bancárias e é neste mesmo local que, no mês de Dezembro de 2023, se registou um assalto com disparos de ar- ma de fogo contra um motorista que conduzia o carro que transportava somas avultadas de dinheiro e um transeunte que decidiu imobilizar um dos assaltantes.
Até ao momento, passado um mês desde a ocorrência, estes as- saltantes não foram detidos e eis que ontem, na mesma rua, marginais — em mesmo número —, acompanhados de uma motorizada, dispararam contra o pro- fessor Laurindo Vieira. Laurindo Vieira nasceu em Dange-Quitexe, província do Uíge.
É sociólogo, licenciado e mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Porto. É autor do livro “Angola – A dimensão ideológica da educação 1975-1992”, e actual reitor da Universidade Gregório Semedo, com passagem pelo ISCED e Instituto de Serviço Social.
Muitas vezes, foi chamado a prestar o seu saber sobre os vários problemas que afectam a nossa sociedade, nos órgãos de comunicação social, instituições públicas, escolas, entre outros. O jornal OPAÍS contactou, ontem, o porta-voz do SIC-Geral, Manuel Halaiwa, para que nos fornecesse mais detalhes sobre esta ocorrência, e fomos informados de que uma equipa do Serviço de Investigação Criminal estava no local a trabalhar e que, nos próximos tempos, prestará informações à imprensa.