Um professor que lecciona a disciplina de Química Orgânica, no Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED), na província do Uíge, foi detido pelo Serviço de Investigação Criminal por supostamente ter assediado as alunas e cobrado dinheiro aos alunos em troca de melhores notas na sua disciplina
Indiciado na prática dos crimes de assédio sexual e corrupção passiva, o professor, de 49 anos de idade, lecciona há mais de dez anos a disciplina de Química Orgânica, no Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED), na província do Uíge. O professor em causa é acusado pelos estudantes de criar entraves na sua disciplina, que muitos consideram difícil de obter positivas, pelo que terá criado um staff que tratava de alistar, tanto homens como mulheres, quem estivesse com interesse de aprovar na sua cadeira.
A detenção do aludido, segundo o porta-voz do SIC-Uíge, Zacarias Fernando, aconteceu em flagrante delito, numa das hospedarias da cidade do Uíge, mediante uma denúncia de uma das suas vítimas, no caso, sua estudante, que o professor terá convidado para o local a fim de instrumentalizar os seus intentos.
“O acusado, abusando da autoridade resultante de uma relação de domínio ou da cadeira que lecciona, procurou constranger os estudantes daquela instituição de ensino a praticar actos sexuais ou a pagar valores monetários na ordem de 20 mil kwanzas [para], em contrapartida, permitir a passagem na disciplina”, sustentou. A estudante, de 22 anos de idade, não é a única vítima, pois depois de ser denunciado, uma outra estudante, de 23 anos de idade, veio a confirmar as acusações contra o professor, alegando, inclusive, que este comportamento (de assediar as alunas) tem sido recorrente, com quase a maior parte da turma.
Importa frisar que, no ano passado, no mês de Agosto, a mesma instituição viu o seu director a ser constituído arguido sob a acusação de corrupção, abuso de poder e assédio sexual. O responsável foi ouvido, na altura, e o Ministério Público entendeu devolver a sua liberdade sob termo de identidade de residência. Zacarias Fernando confirmou que o director está neste momento a aguardar respostas do caso, em liberdade, sob termo de identidade de residência. Por existirem várias testemunhas arroladas no processo, que estão a ser ouvidas, talvez seja este o facto da não tramitação ainda em julgamento.