As nascentes de rios no Planalto Central sofrem, actualmente, uma exploração desregrada e ocupações desordenadas, por parte da população, para fins diversos nas zonas adjacentes, revelou ontem, no Huambo, o director-geral do Gabinete para Administração das Bacias Hidrográficas do Cunene, Cubango e Cuvelai (GBHIC), Carolino Mendes
O gestor público advoga a necessidade urgente de haver maior protecção desses locais, pelo facto de estarem na origem dos grandes rios terem as nascentes nesta região do país, e de se fazer uma gestão sustentável dos recursos hídricos. Explicou que é imperioso que se faça o aprofundamento dos estudos e das informações sobre o pacote legislativo relacionados com as nascentes angolanas, para que sejam mais esclarece- dores e plausíveis na protecção das mesmas no país, por parte da população.
Por outro lado, apontou como prioridade a manutenção e uso sustentável das águas das nascentes, por via das práticas correctas para estimular o desenvolvimento económico, social e ambiental, focados na preservação do ecossistema, para o fomento do bem-estar da população numa visão regrada.
Carolino Mendes referiu, segundo a Angop, ser fundamental o envolvimento de todos os sectores na utilização sustentável dos recursos hídricos em Angola, já que, o Planalto Central detém “a torre de água”, que serve de sustentabilidade da região da África Austral, do continente “berço da humanidade”. Defendeu a promoção de práticas saudáveis sobre a mobilização e divulgação de conhecimentos sobre gestão de recursos hídricos das comunidades locais e científicas para a consolidação dos programas sustentáveis.
O responsável prestou essa informação ao intervir no workshop sobre “A torre de água”, promovido pelo Ministério de Energia e Águas, que contou com a participação de gestores públicos, académicos, autoridades tradicionais e representantes de organizações não-governamentais nacionais e internacionais. Por seu turno, o vice-governador para os serviços Técnicos e Infra-estruturas da província do Huambo, Elmano Inácio Herculano Francisco, apelou à contínua preservação dos recursos hídricos locais, para melhor servir a população, bem como a consciencialização permanente para contrapor a desorganização social.
Referiu ser importante a constituição das políticas concretas sobre a gestão e uso racional dos recursos hídricos, para contribuir na protecção do meio ambiente, bem como o envolvimento de todos na aplicação de práticas adequadas para o desenvolvimento sustentável. Em dois dias, o evento vai abordar assuntos ligados à importância da torre de água de Angola, ciclo hidrológico, biodiversidade terrestre e aquática, instrumentos de gestão territorial, ferramentas para a proteção das fontes de água, estudos sobre as nascentes do planalto central, mapeamentos e valores de água doce, assim como a conservação das zonas hídricas do Cubango, Cuito e Cuando.
Também está programada a abordagem das ameaças, desafios e ideias para o desenvolvimento sustentável na região do Planalto Central, as alterações do uso do solo e climáticas, assim como as oficinas sobre os mecanismos legais e práticas de gestão, a conservação da água em Angola. Os trabalhos irão terminar com uma visita de campo à nascente do rio Keve, localizado no município da Chicala-Cholohanga, na província do Huambo.