O município do Dirico, na província do Cuando Cubango, carece de mais de 300 professores para suportar o ano lectivo 2023/2024 que arranca, oficialmente, no dia 1 de Setembro
Em declarações ao jornal OPAIS, a administradora municipal, Ruth Tenente, disse que o município que dirige ainda enfrenta diversas dificuldades com destaque para os sectores da saúde e educação, sendo que, este último, tem uma necessidade acima de 300 professores.
Sem adiantar o número de alunos matriculados para o ano lectivo prestes a arrancar, em todo o território nacional, Ruth Tenente revelou que a falta de professores, sobretudo para o segundo ciclo do ensino secundário, constitui das grandes inquietações que o sector enfrenta.
De acordo com a administradora, a rede escolar naquele município das conhecidas “Terras do Progresso”, é composta por 26 escolas, a maior parte de construção precária, suportada por 110 professores. Conforme explicou, este número não é suficiente para atender a rede completa, tendo em conta as necessidades dos habitantes do município fronteiriço do Dirico.
“Nós precisamos de pelo menos 300 a 400 professores para o nosso município do Dirico. A rede escolar ainda é irrisória por termos apenas 26 escolas. Mas estamos a construir outras, o que vai pressupor o aumento do número de professores para dar uma maior resposta às necessidades da nossa população em relação à educação”, apontou.
Falta de habitação afugenta professores
Segundo ainda a administradora municipal do Dirico, a escassez de professores tem vindo a agravar-se com as péssimas condições de habitabilidade para os quadros que queiram trabalhar no seu município. Para contrapor à realidade, Ruth Tenente revelou que está em curso um plano de formação dos jovens naturais e residentes no Dirico, por via da atribuição de bolsas internas de estudo, sobre- tudo para a formação de professores.
“O que faz com que todos aqueles que venham trabalhar aqui no nosso município e regres- sem logo à procedência são as péssimas condições de habitabilidade. Um professor vem para cá, fica no máximo um ano, e depois quer logo ser transferido por causa da falta de adaptação à nossa realidade”, lamentou.
Défice no sector da saúde
Por outro lado, a governante deu também a conhecer que a saúde é outros dos sectores que também vive adversidades com a falta de condições técnicas e humanas que dificulta a assistência médica e medicamentosa aos habitantes naquela parcela do Cuando Cubango. Afirmou que o sector conta apenas com 40 enfermeiros e quatro médicos para dar assistência a mais de 15 mil habitantes que o município possui.
Para Ruth Tenente, por conta disso e associada à falta de hospitais sem condições, muitas famílias têm recorrido à vizinha República da Namíbia para terem assistência médica e medicamentosa. “A assistência médica das famílias que vivem no nosso município é toda feita na vizinha Namíbia em função da proximidade e das dificuldades que enfrentamos”, lamentou.
POR: João Katombela