Um cidadão foi detido Terça-feira, 02, suspeito de ter abusado sexualmente de uma senhora, na noite de Segunda- feira, no bairro Novo, no município do Lobito, em Benguela. A vítima conta que ele, empunhando um objecto cortante (catana), teria invadido a casa dela, abusou-a por duas vezes, ao que se seguiu um sono, interrompido por vizinhos que o agrediram tão logo se aperceberam do sucedido
O relógio marcava 23 horas, quando a senhora de 35 anos de idade foi surpreendida com um toque bruto na sua porta. Inconformada, procurou saber quem era, já que se encontrava sozinha em casa, tendo, na mesma ocasião, o meliante anunciado o assalto, exigindo que ela abrisse e, caso assim não se procedesse, matála-ía, se conseguisse arrombar a porta e entrar na casa.
“E então ele disse me dá 5 mil kwanzas e eu disse, também, não tenho, porque dormi à fome, não tenho nada, não tenho condições”, disse. Assustada com o que ouvia, a jovem face à manifesta ameaça de morte do meliante, cedeu e permitiu que ele irrompesse o interior da sua residência, onde se encontrava com os filhos. Posto no interior, o meliante sujeitou a vítima a um interrogatório.
Quis saber se ela tinha alguns bens de que se poderia apoderar, designadamente televisor, botija de gás, telefone e outros haveres. Vendo que a vítima não dispunha de quase nada, o suposto marginal decidiu, então, aguçar o seu apetite sexual, obrigando-a a ter uma relação sexual. A senhora encontrava-se em casa apenas com os filhos e o marido em viagem.
A intenção do jovem assaltante, de 19 anos de idade, era ainda violar as cinco filhas da senhora, com idades compreendidas entre os 10 e 5 anos de idade. Para a materialização dos seus intentos, o jovem meliante teve o despeito de pedir que a vítima improvisasse uma cama onde ele se deitaria, que viria também servir de “palco” para consumação do acto, e a obrigou a despedir-lhe a roupa, advertindo à jovem que da casa dela só sairia no dia seguinte, às 5 horas da manhã. “Se você chamar alguém, vou- te matar. Ele disse primeiro vou te dormir e, depois, vou dormir as tuas crianças. E eu disse para ‘não mexer nas minhas crianças, mexe só em mim. E, pronto, nos envolvemos, acabamos e foram duas vezes. Ele fez e, depois, dormiu”, contou à imprensa presente no local.
Vizinhos o detiveram e agrediram
Quando o sol ‘timidamente’ irrompia as nuvens a anunciar a aurora do novo dia, aí por volta das 5 horas, a senhora desperta-se, estando o meliante ainda tomado pelo sono, decide pular com os filhos pela janela e clamar por socorro dos vizinhos. Estes rapidamente fizeram-se à casa da senhora e agrediram-no. Não fosse a pronta intervenção da Polícia Nacional, seguramente, o jovem meliante teria perdido a vida às mãos dos vizinhos que saíram em socorro da senhora. “Agora me deram uma guia para eu ir fazer o teste. Quero que ele vá directo para o Cavaco (cadeia), quero justiça”, implora. Pela cronologia dos factos, há quem acredite que senhora tivesse alguma relação com o meliante.
Questionada, a jovem jura a pé juntos ser a primeira vez que dá de cara com ele. “Nunca lhe vi, não lhe conheço, não sei se é quem”, garante. A Polícia Nacional em Benguela já deteve o cidadão. Este fac- to surge numa altura em que o comandante provincial, comissário Aristófanes dos Santos, fez uma abordagem geral do crime, tendo considerado de calma a situação da criminalidade em Benguela. O jovem, sob custódia da Polícia Nacional, recebe assistência médica e medicamentosa algemado a um dos leitos do Hospital Geral de Benguela, em consequência de agressões físicas de que foi vítima por parte de vizinhos e familiares.
A médica no banco de Urgência do Hospital Geral de Benguela, Júlia Câmera, descreveu o quadro do paciente como sendo estável. “O que a gente sabe é que o paciente se introduziu numa casa e violou alguém. Mas o quadro dele é completamente estável”. O acusado defendeu-se com o argumento de que tinha um acordo com a vítima, mãe de cinco filhos, e diz que ela está a faltar à verdade. Ele manifesta-se consciente do que fez, referindo que se, por alguma fatalidade, a jovem conceber, ele está disposto a assumir o filho.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela