Lançado na última sexta- feira, no Instituto Politécnico Industrial de Luanda (IPIL), ex-Makarenko, o programa “Meu Absorvente Menstrual” (MAME) é uma iniciativa distinta que visa consciencializar sobre temas ligados à saúde menstrual, reduzir desigualdades, assegurar os direitos humanos e promover a inclusão social de meninas e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
De acordo com Olga André, directora do gabinete provincial da acção social, família e igualdade de género, a ideia é acabar com a “pobreza menstrual”, que se refere à falta de acesso às instalações necessárias para a higiene menstrual; a falta de acesso aos materiais de higiene menstrual; falta de informação correcta para a gestão do ciclo menstrual, entre outros.
Estes factores apresentados por Olga André contribuem bastante para o estigma das mulheres meninas, e que pode contribuir também para a exclusão social desta, pelo que é por estas razões que se criou o MAME, que tem como grupo alvo inicial cinco mil meninas em situação de vulnerabilidade, cadastradas nas escolas e centros de acolhimento, com idades compreendidas entre 11 e 17 anos de idade.
Deste cadastramento feito, “com base em relatórios do GPL e outras instituições da sociedade civil que trabalham na causa da saúde e pobreza menstrual, foi possível constatar que 54% (2700) das meninas, quando estão em período menstrual, ficam em casa, 41% destas meninas quando estão no mesmo período inibem-se do convívio social e familiar”, disse.
Com a participação de todos os parceiros e sociedade civil em geral, com a distribuição de absorventes e informações necessárias, consciencialização da sociedade, acreditam que poderão reduzir o índice de absentismos social e exclusão social da mulher menina na nossa província. Querem ainda universalizar a abrangência do programa e alcançar, até 2027, 30 mil meninas.
Querem também facilitar o acesso ao absorvente, criando um aplicativo que, com um cartão, a menina pode fazer o levantamento do produto nas farmácias, a nível da província de Luanda.
“Vamos também implementar um podcast onde as meninas terão mais informações do ciclo menstrual com conversas com especialistas, e puderem fazer a gestão do período menstrual, bem como reduzir o tabu sobre este período”, sublinhou.
O lançamento do MAME contou com a presença do governador provincial de Luanda cessante, Manuel Homem, por sinal a personalidade que pensou na criação do mesmo, após ter percebi- do nos seus trabalhos sociais da existência em Luanda de meninas que eram estigmatizadas no período menstrual.
O MAME pretende reforçar a criação de uma sociedade justa e equitativa através do empoderamento das mulheres e meninas, segundo o dirigente. As doações (de absorventes, e não dinheiro) podem ser feitas de forma colectiva e individual nas administrações municipais e farmácias, bem como supermercados. O MAME responde pelo terminal telefónico 959443434.