O secretário de Estado das Águas, António da Costa, referiu ontem, terça-feira, 10, que na província de Luanda gasta-se mensalmente 838.336.792,00 kwanzas com produtos químicos para o tratamento da água pela EPAL, de modo a tornar este produto próprio para o consumo. O problema do vandalismo, que acaba contaminando o sistema, continua a ser um calcanhar de Aquiles
António da Costa, que falava durante a apre- sentação sobre a “Expansão e Modernização do Sistema de Água no país”, no Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM), em Luanda, disse que a província de Luanda conta com 15 estações de tratamento de água, tendo uma sido desactivada recentemente, a da Muxima I, uma vez que esta estação interferia na área de construção da Basílica.
Assim, a capacidade total desta província é de 780.756 metros cúbicos/dia, com 36 centros de distribuição. Os produtos químicos utilizados para o tratamento de água apresentam gastos muito elevados, uma vez que o nosso país não fabrica tais produtos químicos que ajudam bastante a tornar potável a água que chega às nossas residências.
De acordo com o secretário de estado, a nível de Luanda, na EPAL, são utilizadas, só de sul- fato de alumínio, 148 toneladas (que custam 194.654.280,00 kwanzas) todos os meses, por exemplo.
“Ou seja, mensalmente, só a EPAL tem o custo avaliado em 838.336.792,00 kwanzas, apenas com produtos químicos. Isto nos faz reflectir sobre a necessidade de se racionalizar o consumo da água, de lutarmos contra o vandalismo e cada um pagar a água que consome”, sustenta.
O custo com produtos químicos na província capital do país é mais do que o dobro do que se gasta, mensalmente, para as 17 províncias, segundo o secretário.
Nas outras 17 províncias, o gasto mensal com produtos químicos para o tratamento de água é de 357.204.160,00 kwanzas, de um total de 676.949 metros cúbicos disponibilizados diariamente.
Ainda sobre o vandalismo, disse ser um dos grandes problemas que têm, pois acarretam grandes prejuízos, por conta do desperdício de água, pelo que estão a preparar o pessoal para fazer frente a esta situação. Lamentou o facto de muitos desses técnicos, depois de formados, principalmente nas outras províncias, mudaram-se para as em- presas privadas.
“O vandalismo pode trazer perigo para a saúde pública, porque faz com que muitas condutas quando o sistema está paralisado, entra areia e lixo, e contaminam a água”, sustenta.
Outras actualizações necessárias no sector António da Costa, por outro la- do, defendeu o investimento no sistema regulatório, para que se possa, de facto, conseguir levar a água de qualidade aos consumidores, ressaltando que a edução ambiental é fundamental, bem como o reforço da capacidade Institucional e meios de capacitação e formação.
Para melhor sustentabilidade no sector das águas, sublinha a necessidade de concluir com o laboratório central de águas que está a ser construído em Luanda, pela empresa EPAL, o fortalecimento das empresas gestoras de água e saneamento, a instalação dos contadores pré- pagos inteligentes e o combate ao vandalismo das infra-estruturas de água.
“Para assegurar a sustentabilidade do sector é necessário actualizarmos o preço das tarifas, pelo facto de estar ainda fixada nos preços de 2015, e com a inflação que se verifica no país não garante os custos”, explicou.