Mais de trinta crianças foram resgatadas de um falso centro de acolhimento denominado “casa Débora”, localizado em Talatona, sem o mínimo de condições para funcionar. As crianças, sujas e com fome, receberam assistência da Direcção Municipal da Acção Social de Talatona e foram encaminhadas para os lares de renome
O suposto centro de acolhimento Casa Débora funcionava há três meses e recebia menores com paradeiros desconhecidos.
As crianças foram encontradas no município de Talatona, no bairro militar, num anexo que chamavam de centro de acolhimento, que funcionava sem o devido consentimento da administração local.
Depois de uma denúncia feita pela comissão de moradores, a Direcção da Acção Social do município, coordenada por Hélder Neto, esteve no local e constatou a realidade em que viviam as 35 crianças, entre meninos e meninas.
“Nós encontramos as crianças todas sujas, com fome, pareciam que já estavam há alguns dias sem comer, mas elas diziam que comiam.
Ficamos desconfiados e até ao momento não sabemos qual é a origem destas crianças, o que constitui uma das nossas grandes preocupações”, desabafou o responsável.
A fonte fez saber que, no momento, o primeiro passo foi retirar as crianças daquele local e colocálas num sítio ou instituição credível, onde possam receber o devido tratamento, medida de protecção social, a que chamam de reunificação institucional.
Levaram os menores ao Lar Kuzola e a um outro centro de acolhimento em Viana. Admitiu que as denúncias continuam a dar conta de que naquele local continuam a aparecer várias crianças com identidade desconhecidas, pelo que o trabalho da acção social do município não pára por ali.
Para Hélder Neto, a Direcção da Acção Social tomou as medidas de acordo com a Lei de Protecção da Criança, no âmbito dos nove compromissos da criança e sua protecção.
“O Estado não pode deixar que as crianças fiquem na mesma situação em que foram encontradas, indefessas”, sustenta.
Manifestou ainda que receberam uma informação de que a responsável da Casa Débora já tinham encaminhado à administração municipal, em Março do ano passado, a apresentação de uma carta de um projecto de legalização, com a pretensão de se dirigir àquele local futuramente.
Considera que o documento que pretendiam entregar à administração tinha como pretensão a apresentação de um projecto, e não da criação de um centro de acolhimento ali.
O caso já foi encaminhado à Polícia Nacional, que manteve o contacto com a senhora para a devida responsabilização civil e criminal.