A Comissão de Protecção Civil da província do Uíge esteve reunida, ontem, 24, no município sede, para o ponto de situação sobre acções desenvolvidas, no período de 2023 – 2024, na também considerada terra do “bago vermelho” (café).
Na reunião, presidida pelo governador, José Carvalho da Rocha, o comissário Ernesto Haiyamunye, coordenador executivo da referida comissão, disse que um total de 271 apartamentos, de oito edifícios, nomeadamente Mazda, Rimaga, Modart, Embondeiro, Progresso, Kiatomo e Café Lima, correm o risco de desabar.
A situação, que coloca em risco 1472 pessoas, resulta do registo de défice no sistema de drenagem e esgotos; assentamentos diferenciados nas lounge, pilares e vigas; e corrosão de pilares, bem como saneamento básico.
Estão em risco ainda quatro lojas em funcionamento no Prédio AC, cujos moradores haviam sido expropriados, assim como parte do edifício do Hospital Geral do Uíge, concretamente a estrutura erguida para o atendimento do novo bloco operatório.
Passados mais de dois anos desde a última reunião desta comissão (a 29 de Dezembro de 2021), o coordenador executivo, Ernesto Haiyamunye, reafirmou que, apesar das dificuldades, não têm poupado esforços na realização de acções tendentes a identificar e reduzir os riscos de desastre junto das comunidades.
“Para reduzir os diferentes tipos de vulnerabilidade junto das comunidades, a coordenação executiva tem vindo a desencadear um leque de acções, consubstanciadas na realização de palestras, sensibilizações, formações comunitárias e divulgação de conselhos úteis, através dos órgãos de difusão massiva e não só”, sustentou.
Centro de Coordenação Operacional precisa-se Na ocasião, o comissário falou também da falta de implementação e funcionamento do CCOP (Centro de Coordenação Operacional Provincial de Protecção Civil), que tem sido um “calcanhar de Aquiles’’ naquilo que tem que ver com o dispositivo capaz de responder com eficiência e eficácia as situações anómalas, como os danos e prejuízos resultantes das chuvas e da acção antrópica nos sectores agropecuário e pesca, ambiente, infra-estruturas, energias e águas, por exemplo.
“A inundação de campos agrícolas, devastação de culturas por hectares, mortes de gado, desmatamento da flora e da fauna, incêndios florestais, destruição de pontes, corte de estradas por processo erosivos, queda de postes de alta e média tensão, corte no fornecimento e abastecimento de água chegam a não serem estimados do ponto de vista quantitativo, devido ao não funcionamento integral do CCOP”, sublinhou.
Por isso, Ernesto exortou para que, dentro das políticas orçamentais do governo, sejam disponibilizados recursos em conformidade com o plano de necessidades, para, oportunamente, pôr em funcionamento este importante órgão que congrega todos os intervenientes na protecção civil.
Para finalizar, a coordenação executiva, dentre as várias dificuldades que enfrenta, apresentou a ausência de uma rede de comunicação com os membros da comissão; a ineficiência de meios materiais e logísticos para apoiar os sinistrados de chuvas, entre outros.
“Falta viaturas 4×4 e motorizadas, para apoios técnicos nas actividades de campo, bem como em locais de difícil acesso; falta máquina giratória, retro-escavadoras, cilindro tractores, viatura basculante – para intervenção no alinhamento das margens de rios e linhas de águas; grua com alcance de 25 m, para possibilitar as acções de resgate de vítimas em edifícios com iminência de desabar; motobombas e motosserras de pequeno, médio e grande porte”, aponta.