O governador provincial de Benguela, Luís Nunes, afirmou, ontem, num encontro com jornalistas e fazedores de opinião, que tem uma carteira de investimentos de mais de 600 projectos, com um orçamento na ordem dos mais de USD 220 mil milhões
“Vocês são um sector muito forte que eu quero do meu lado”. Foi com esta frase que o governador Luís Nunes se dirigiu a jornalistas de vários órgãos de comunicação social, no jardim do seu palácio, à praia Morena. Antes, Luís Nunes levou os jornalistas a uma obra inscrita no pacote Integrado de Obras de Emergência da Província de Benguela, avaliada em 415 milhões de dólares, sendo certo que o governante tem em mãos mais de mil milhões de dólares só para o referido plano. A esses, juntam-se o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que conta com mais de 100 projectos.
O inquilino do Palácio Cor-de- Rosa ressalta, pois, que 35 por cento dos mais de 600 projectos são destinados ao sector da educação. Isso porque o objectivo passa, necessariamente, por retirar 200 mil crianças fora do sistema de ensino. O governante considera inconcebível que mais de 300 mil crianças estudem em salas inapropriadas. Em termos práticos, à luz da- quilo que está em execução, Luís Nunes deu a conhecer que tem uma carteira actual de 173 projectos, 75 dos quais já estão concluídos, facto que permitiu construir 16 novas escolas e inserir no sistema de ensino 8 mil crianças.
“A execução física dos projec- tos está em 58 por cento e a execução financeira é de 48 por cento, isso são o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios e Plano Integrado”, realçou, mas referiu que os 415 milhões de euros ainda não estão activos e remeteu os jornalistas à ministra das Finanças, Vera Daves, quando questionado sobre a execução financeira deste projecto. O governador de Benguela manifestou que quer combater a venda na rua e, por isso, projecta a construção de três mercados no Lobito (Chapanguele, Compão e Zona Alta) e dois mercados em Benguela. “Até 2024, nós não queremos pessoas a vender na rua.
Estas imagens não são boas”, considerou. Acrescentou de seguida que “daqui há dois anos vamos ter uma Benguela e Lobito completamente mudados”. Luís Nunes anunciou, para os próximos tempos, o concurso público para a circular de Benguela, para retirar o tráfego pesado do casco urbano. “Estamos a ir atrás de recursos financeiros, o problema não está fácil. Nós estamos a resolver o problema dos dez municípios, mas os do litoral têm uma atenção especial. Estão inscritos, ao nível central. Uma está para Ganda, Cubal e Chongorói, porque o nosso orçamento não chega. Portanto, nós trabalhamos por Benguela”, referiu. O governador provincial de Benguela justificou o encontro com jornalistas e fazedores de opinião com o facto de desempenharem um papel impar na sociedade.
“Não me sinto beneficiado dos ajustes directos do PR”
Por outro lado, Luís Nunes desdramatizou a crítica social segundo a qual ele e a Omatapa- lo, empresa de que é sócio, são os principais beneficiados dos ajustes directos, por via de Decretos Presidenciais. O governante afirma que João Lourenço tem prerrogativas para o efeito, mas salienta que as contratações por ajustes directos só ocorrem quando a empresa para a qual se destina é que traz o financiamento para o Estado. “Não, não me sinto beneficiado dos ajustes directos. Sua Excelência Senhor Presidente tem prerrogativas para isto. Maior parte é quando a pessoa traz o financiamento”, explicou o governador de Benguela.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela