No último fim-de- semana, foi lançada oficialmente a campanha Outubro Rosa, na cidade de Luanda. Na ocasião, a presidente da Liga Angolana Contra o Cancro (LACC), Luzimira João, contou que o Outubro Rosa e Novembro Azul são meses que nos devemos lembrar sobre a importância da prevenção do cancro da mama e da próstata, assim como o diagnóstico precoce.
É assim que disse estarem preocupados com a problemática do diagnóstico tardio e com a baixa sobrevida após o diagnóstico e o tratamento, a fuga ao tratamento e factores culturais e religiosos, que têm sido um forte alia- do para esses resultados insatisfatórios na sociedade.
Pelo facto, apelou ao Estado a criação urgente de uma legislação de defesa e protecção dos pacientes oncológicos, assim como as mulheres do Executivo angolano a serem as principais matronas dessa causa, levando o desafio de serem as vozes que dão vida a essa luta.
Sob o lema“deixe a pena de lado e abrace o amor”, foi aberta a campanha Rosa e Azul, que decorrerá durante todo o ano e encerrando no mês Outubro de 2025, realçando a importância da humanização do sector oncológico.
Na ocasião, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Alberto Pinto de Sousa, afirmou que o cancro é um problema de saúde pública mundial e, segundo dados da OMS, ocorrem cerca de 18 milhões de novos casos e nove milhões morrem da doença, sendo que a África Oriental e Ocidental os mais afectados em mortes por cancro.
Os dados da OMS estimam que em 2022 existiu 20 mil e 607 no- vos casos de cancro com 56,6% do sexo feminino, e os casos mais frequentes foram o cancro da mama, do útero e o da próstata. Em Angola, o acesso ao tratamento oncológico ainda é centralizado na província de Luanda.
O plano nacional de inclusão da vacina do HPV este ano visa prevenir as meninas dos nove aos 12 anos de idade, tendo em conta que, nesta faixa etária, a resposta da vacina é mais robusta, e a campanha de vacinação será realizada em simultâneo em todo o país, a partir de Novembro. “Podemos não apenas sonhar com a eliminação do cancro do colo do útero, mas transformar o sonho em realidade.
E assim consciencializar a população e as instituições governamentais e não-governamentais sobre a importância da implementação das estratégias estabeleci- das neste Outubro Rosa e Novembro Azul, meses dedicados ao cancro da mama e da próstata”, disse.
As estratégias passam por consciencializar a população, os profissionais de saúde e os decisórios de política de saúde sobre a importância do rastreio, diagnóstico precoce e tratamento oncológico multidisciplinar com abordagem que reduz o impacto negativo da doença.
Actualmente, decorre uma vasta campanha do rastreio do cancro da próstata, que faz parte do programa de desenvolvimento do Executivo com objectivo de introduzir formas de tratamento mais complexas através da cirurgia robótica.
Assim sendo, com o desenvolvimento tecnológico alcançado, pode-se contribuir para alimentar a ideia de que o diagnóstico de cancro não é uma sentença de morte, quando é feito na fase inicial e submetido ao tratamento oncológico multidisciplinar.
É possível ter resultados favoráveis, segundo Carlos Alberto, por isso, é importante sensibilizar a população sobre a prevenção e controlo do cancro para reduzir os factores de risco, as- sim como ter disponibilidade de recursos humanos capacitados e condições técnicas que permitem o tratamento oncológico adequado.
O secretário de Estado para a Saúde Pública apelou à Liga Angolana Contra o Cancro e a sociedade em geral para unir esforços de modo a enfrentar o grande mal que entristece a população, sobretudo as mulheres que desenvolvem o cancro da mama, e reforçou o compromisso do Ministério da Saúde na luta contra o cancro com a aprovação e a implementação do plano estratégico.