Através do seu ‘Projecto Mudança’, financiado pela União Europeia, a Liga de Apoio e Reintegração dos Deficientes (LARDEF) pretende consolidar a luta pela auto-orientação e afirmação das mulheres invisuais. Uma das metas é a emissão de um cartão de maternidade que permita as deficientes visuais lerem e entenderem o registo do seu quadro clínico
A responsável da LARDEF, Idalina Bota, disse ao OPAÍS que a sua organização pretende advogar a causa das mulheres grávidas invisuais, no sentido de terem um cartão de maternidade em linguagem braille, de modo que elas possam entender melhor a evolução do seu estado de saúde durante a gravidez.
“Estamos a trabalhar na tradução de alguns documentos para a linguagem em braille, como o cartão de gestante, para facilitar as mulheres com deficiência visual.
Sabemos que será uma gota no oceano, mas queremos dar o início para depois o Estado dar seguimento das suas responsabilidades”, informou a líder da LARDEF.
Idalina Bota adiantou que o processo de produção desse cartão de maternidade está num bom caminho, porque há um grande apoio da Direcção Nacional do Ensino Especial, na pessoa do seu líder, em parceria com a gestão da Escola Óscar Ribas, além das buscas de envolvimento do Ministério da Saúde.
“Porque é um documento que já existe, mas a LARDEF não tem autoridade plena de pegar no mesmo e traduzir.
Precisa da anuência do órgão que subintende os serviços de saúde em Angola, mas isso está a ser muito burocrático e não está a favor do nosso tempo do ‘Projecto Mudança’”, lamentou Idalina Bota.
Por causa disso, a instituição angolana que defende as pessoas com necessidades especiais tem estado a contactar frequentemente o Ministério da Saúde (MINSA), a fim de, em conjunto, conseguirem efectivar esse desejo das invisuais.
Na falta desse documento, as grávidas com deficiência visual são submetidas a depender de terceiros para lhes interpretarem o seu histórico de saúde, na condição de gestante, uma situação Laureano Sobrinho, em parceria com a gestão da Escola Óscar Ribas, além das buscas de envolvimento do Ministério da Saúde.
“Porque é um documento que já existe, mas a LARDEF não tem autoridade plena de pegar no mesmo e traduzir.
Precisa da anuência do órgão que subintende os serviços de saúde em Angola, mas isso está a ser muito burocrático e não está a favor do nosso tempo do ‘Projecto Mudança’”, lamentou Idalina Bota.
Por causa disso, a instituição angolana que defende as pessoas com necessidades especiais tem estado a contactar frequentemente o Ministério da Saúde (MINSA), a fim de, em conjunto, conseguirem efectivar esse desejo das invisuais.
Na falta desse documento, as grávidas com deficiência visual são submetidas a depender de terceiros para lhes interpretarem o seu histórico de saúde, na condição de gestante, uma situação que, segundo a líder da LARDEF, inquieta as referidas utentes, já que nem sempre as pessoas que as acompanham às consultas e tratamentos pré-natais são familiares ou indivíduos com quem elas entendem partilhar informações por si consideradas como delicadas.
“Quando isso acontece, as mulheres invisuais são remetidas a um estado de vulnerabilidade, acusam vergonha perante esses intermediários e inibem-se ainda mais”, realçou Idalina Bota, tendo lembrado que não é esse o propósito da luta da sua organização.
Questionada se as mais de mil invisuais que a LARDEF advoga estão instruídas para entenderem a linguagem em braille, a responsável deixou patente que a maioria desse número já possui competência para tal e as restantes, desde que registadas, estão em constante formação com um indicador positivo.
Palestras regulares nos hospitais
O ‘Projecto Mudança’ da LARDEF tem a duração de dois anos (2023 e 2024).
Nesse momento, a organização está a terminar a primeira fase (2023) e diz-se firme em continuar a cumprir o seu plano operacional em Luanda, Benguela e Huambo.
“Realizamos as nossas palestras nas unidades hospitalares e alguns seminários com as técnicas de saúde, além de encontros comunitários, que visam dotar as mulheres com deficiência de informações sobre os direitos da saúde sexual reprodutiva e critérios de defesa, no caso de sofrerem uma violência baseada no género, quer advinda da família, quer de vizinhos ou de outros indivíduos”, detalhou.
Informou que o feedback das beneficiadas está a ser positivo, ao ponto de as mulheres deficientes já sentirem uma atitude mais humanizada por parte das técnicas de saúde.
Embora ache que se deva fazer mais alguns esforços nesse sentido, porque considera que as resoluções não devem ser apenas de índole das acessibilidades aos serviços, exorta os dirigentes do sector da saúde a garantirem condições de acessibilidade física, sobretudo de meios, equipamentos e de máquinas, cuja falta, muitas vezes, não facilita o processo de atendimento das pessoas com necessidades especiais.
“Estou a falar, por exemplo, das camas que não têm sistema de regulação da altura, o que faz com que uma mulher cadeirante tenha muitas dificuldades”, referiu, admitindo que ela mesma “já passou por essas e outras situações”.