O programa de transferência monetária social, Kwenda, chegou para mil e 247 agregados familiares na Jamba, município de Luyana, província do Cuando Cubango, no último fim-de-semana, com a entrega de 132 mil kwanzas a cada agregado familiar
Os olhos dos beneficiários brilham de alegria e a mente é preenchida com muitas ideias em torno do 132 mil kwanzas da primeira prestação entregue no último fim-desemana.
Um dos beneficiários, Martinho Tchipunkpuku, de 80 anos de idade, disse que vai aplicar os valores para gerar renda para a sua família, uma vez que se considera um homem de vários ofícios.
Apesar de ter várias ideias, pretende inicialmente impulsionar o sector agrícola, pelo que tenciona adquirir sementes de milho e ginguba, para comercializar estes produtos depois da colheita e sustentar a sua família.
Feliz da vida, Martinho disse não ter razões de queixas da equipa que trabalha no Kwenda e, sobre o facto de alguns vizinhos não terem sido cadastrados, disse que estes não acreditavam no programa e acabaram por se desleixar.
A mesma felicidade foi demostrada por Cristina Kavimbi, que disse ter mostrado alguma resistência aquando do cadastramento do pessoal, dado as dúvidas que pairavam sobre a seriedade do programa e se viriam realmente a receber o dinheiro, e hoje é uma das beneficiárias.
“Agora vou investir num negócio próprio para sustentar a minha família.
Devo dizer aos outros que ainda não acreditam no programa, que mudem de opinião, pois é real e estamos a receber, sim, os valores”, ressaltou.
Só se fala em investimentos, como forma de se multiplicar ou fazer trabalhar o dinheiro recebido no Kwenda.
Com uma ideia que não difere está Amélia, uma das produtoras e comerciante de pão na Jamba, sede municipal do Luyana, que também faz troca de mercadorias na orla (espaço fronteiriço entre Angola e Zâmbia ou Angola e Namíbia).
Com o dinheiro que recebeu tenciona aumentar a produção na sua padaria.
O programa Kwenda é para todos, mas tem as suas regras de funcionamento, que começa com o cadastro do pessoal, a validação comunitária, e, de seguida, a validação institucional (quando os vários órgãos públicos dialogam, de forma a encontrar as famílias (não)elegíveis).
Muita resistência no cadastramento De seguida, vem a validação técnica feita pelo FAS onde se fazem as correcções técnicas e se segue o processo das transferências sociais monetárias.
O director-geral do FAS, Belarmino Jelembi, que falava para a população da comuna do Luyana, na sua sede comunal, Jamba, disse que quando a sua equipa esteve no município do Rivungo muitos cidadãos não aceitaram fazer o cadastro.
Por isso, registaram-se na comuna do Luyana apenas mil e 247 agregados familiares, local onde residem 8 mil e 10 habitantes, segundo o censo de 2014, o que significa que a sua maioria não aceitou ser cadastrado.
Belarmino Jelembi assegurou para a população que a sua equipa vai voltar à comuna do Luyana, ou seja, ao município do Rivungo para cadastrar a população, uma vez que nenhuma família vulnerável pode ficar de fora do programa Kwenda.
“Mas, por agora, a prioridade é pagar os agregados familiares cadastrados.
Ao nível da comuna do Luyana está previsto o pagamento de mil e 247 agregados familiares e cada um vai receber 132 mil kwanzas.
A entrega do grosso do valor vem por conta do difícil acesso às localidades”, disse. Registaram muitos constrangimentos no acto do cadastramento, porque foi feito no período chuvoso, por isso optaram em pagar um ano completo.
Para finalizar, o director-geral do FAS pediu a população que ajudem a denunciar caso haja irregularidades no programa Kwenda.
Lembrou ainda que o sucesso do programa depende das famílias, quando aplicam os valores recebidos para a melhoria da qualidade de vida.