Uma menor, de sete anos de idade, está a ser privada de liberdade por um kimbandeiro, residente no município do Kilamba Kiaxi, e obriga a família da vítima a dar-lhe valores monetários em troca da criança
O Instituto Nacional da Criança (INAC), através do Serviço de Denúncia SOS Criança, recebeu um total de 318 denúncias de violência contra a criança, em todo o país, no período de 10 a 16 de Setembro do corrente ano, tendo se destacado as províncias do Bengo, Benguela, Cunene, Cuando Cubango, Luanda, Malange e Zaire.
No balanço apresentado pelo SOS Criança, que atende pelo terminal telefónico 15015, destaca-se o caso de uma menor de sete anos de idade, que está a ser privada da liberdade por um kimbandeiro residente no município do Kilamba Kiaxi, que faz chantagens à família da mesma, em troca de valores monetários, para que seja libertada.
O caso está sob a alçada das autoridades. De acordo com a porta-voz do INAC, Rosalina Domingos, não obstante aquele caso, tiveram ainda o registo, isto no município de Cacuaco, de um caso que envolve uma menor de 12 anos de idade, que tem estado doente, com tosse e dor do peito, e a família decidiu submetê-la a ratamento tradicional.
Assim sendo, a vizinha da curandeira, ao ver a menor a sair coberta de lodo, após o tratamento, alegou que aquela era sua filha, que tinha supostamente falecido há 3 dias, e que havia reencarnado.
A vizinha disse que a curandeira havia matado a filha dela, e que esta se reencarnou na menor que estava a ser tratada. Esta situação criou um grande tumulto que foi necessária a intervenção da Polícia.
Consta ainda nos dados que, na província do Cuando Cubango, receberem sete denúncias, com destaque para uma de homicídio, em que a vítima é uma criança de 3 anos de idade, num acto que foi praticado pelo próprio pai, que cortou a garganta do filho, por razões ainda desconhecidas.
Abuso termina em gravidez e família exige pedido
Das denúncias feitas, 131 casos são de fuga à paternidade/disputa da guarda, 66 são de violência física/psicológica, 47 casos de trabalho infantil, e 17 casos de abandono.
Na capital do país, Luanda, receberam seis denúncias, com destaque para uma de abuso sexual cuja vítima tem 16 anos de idade, acto praticado por um indivíduo de 36 anos de idade.
Este abuso resultou em gravidez, e os familiares pretendem que o abusador faça o pedido ou alembamento ao invés de denunciálo.
“De abuso sexual não é tudo, pois do município de Viana recepcionamos a denúncia de mais um, cuja vítima tem 12 anos de idade, acto praticado pelo esposo da sua tia, com quem a criança vivia.
O tio abusa da criança desde que tinha 8 anos de idade’’, esclareceu.
Para finalizar o campo das violações, registaram ainda dois casos na província do Zaire, cujas vítimas têm idades compreendidas entre 3 e 12 anos.
De acordo com a denúncia a criança de 3 anos de idade foi abusada por um indivíduo de 18 anos de idade, estando o mesmo já detido e a vítima a receber assistência médica.